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O Balcão Brasileiro de Comercialização de Energia Elétrica passou a publicar a curva forward de preços com um prazo de seis anos. A linha, que representa uma referência de preços para o mercado, está indicada até dezembro de 2029. Essa nova linha do tempo deve-se ao alongamento dos contratos que estão sendo fechados na plataforma ao passo que os agentes têm buscado novos prazos de vencimento dos acordos em decorrência do PLD que está próximo ao piso regulatório e como consequência, pouca ou quase nenhuma volatilidade no mercado livre.
A curva tem apresentado uma oscilação para um patamar mais baixo do que registrado há 10 dias. O valor da curva para o produto convencional no Sudeste recuou em 2026 de R$ 103,50 para R$ 98,33 por MWh. Olhando para o final da linha do tempo que a curva engloba os valores estão em R$ 110 em 2027, R$ 120 no ano seguinte e aumentam a R$ 126 por MWh em 2029.
Curva Forward para seis anos do produto mais negociado, energia convencional subermercado SE/CO. Fonte: BBCE
Essa questão dos preços foi discutida na reportagem especial desta semana, que mostra uma perspectiva de estabilidade dos preços da energia em decorrência da conjuntura entre alto nível de armazenamento dos reservatórios, demanda em baixa, alta expansão da capacidade e meteorologia com fim de La Niña e possível mudança para El Niño.
De acordo com o Diretor de Produtos, Comunicação e Marketing da BBCE, Felipe Nasciben, dois fatores ajudam a explicar o alongamento do prazo dos contratos – e consequentemente da curva. O primeiro é que clientes que estão descontratados veem uma oportunidade de cobrir suas necessidades por energia por mais longo prazo ao aproveitar os valores atuais. O segundo é justamente a busca por volatilidade de preços pelas comercializadoras buscando ganhar dinheiro que não encontram em um curto prazo ao se posicionarem em um período maior de tempo, que naturalmente tem menos influência da situação atual.
“As operações acima de 3 anos quase triplicaram na plataforma e, claramente, há o deslocamento para contratos mais longos. Ainda há demanda por contratos no curto prazo, mas é menor e não apresenta tanta oscilação. Assim as empresas buscam aumentar a posição de longo prazo”, observa o executivo. “E quando percebemos isso, o grande que estavam em 2022 e 2023 mais se estendendo e agora estão muito em 2024 e 2025, mas com muitos prazos mais longos ainda o que nos levou a aumentar a curva a partir do momento que temos massa crítica suficiente para aplicação da metodologia”, acrescenta ele lembrando que já há inclusive negociações para além de 2029, mas que ainda não são suficientes para nova extensão da curva.
Prazo dos contratos que são fechados na plataforma da BBCE mostra aumento da participação de vencimentos de mais de 3 anos
Ele disse que claramente a tendência de curva é ascendente e natural porque temos nesse período inflação e taxa de juros, por exemplo. Contudo, os valores indicam uma expectativa do mercado de que a oferta supera a demanda nesse momento. Afinal, é o indicador da BBCE é uma fotografia do momento quando se olha daqui a seis anos.
“Talvez lá atrás o mercado estivesse com otimismo maior de que a demanda pudesse ser superior ao projetado e faria com que a oferta fosse consumida o que não se vê atualmente e por isso essa tendência de valores mais reduzidos”, analisa ele usando uma expressão do mercado financeiro conhecida como “bearish”. “Podemos resumir o momento do mercado dessa forma: no presente negocia-se expectativas futuras e nos parece que comparado ao passado a expectativa de futuro está mais frustrada do que se tinha anteriormente”, finaliza.