A agência de classificação de risco Fitch Ratings entende que o recém-anunciado acordo de R$ 2,1 bilhões em investimentos entre a Equatorial Energia e o Itaú Unibanco fortalece o perfil de crédito das empresas do grupo, considerando suas classificações atuais de Rating Nacional de Longo Prazo ‘AA+(bra)’ e perspectiva estável a Equatorial Pará, Celg D, Equatorial Transmissão e a Echoenergia Participações.
De acordo com a Fitch, o investimento sofrerá correção ao longo dos anos de vigência, com a amortização ocorrendo por meio de dividendos a serem pagos pela Equatorial Distribuição, com prioridade para o acionista preferencial. Estes, por sua vez, serão remetidos conforme distribuição das três subsidiárias da empresa no Pará, Maranhão e Distribuidora de Energia SA no Piauí.
Em sua análise, a agência entende que a entrada de caixa antecipa o processo de redução da alavancagem projetado para o grupo, ainda que a holding passe a receber menor fluxo de recursos, sendo neutra para os ratings. É estimada redução de 0,3 vez na alavancagem líquida ajustada ao final de 2023 e em 2024, em relação ao cenário-base anterior. As novas projeções apontam alavancagem líquida de 3,7 vezes em 2023 e de 3,1 vezes em 2024, frente a 4,0 vezes e a 3,4 vezes, respectivamente, antes do acordo.
A avaliação também indica que os recursos fortalecem em cerca de 30% a já robusta posição de liquidez do grupo. Ao final de setembro de 2022, eram R$ 7,8 bilhões em caixa e aplicações financeiras, com redução para R$ 1,5 bilhão ao final do ano passado, após a aquisição da Celg D. A dívida total era de R$ 31,4 bilhões no período, sendo R$ 2,9 bilhões com vencimento a curto prazo.
Por fim a Fitch entende que o perfil de crédito da empresa é beneficiado pela sua escala e diversificação de negócios no setor elétrico brasileiro. O grupo encerrou recentemente um ciclo de investimentos no segmento de transmissão, o que aliviou a pressão no fluxo de caixa, que deve voltar a ser positivo em 2023, em cerca de R$ 330 milhões.