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A 2W inaugurou há cerca de 20 dias uma nova identidade corporativa e que direciona a companhia a um novo conceito. A empresa trocou o sobrenome Energia por Ecobank. Essa mudança pretende ser o marco de uma nova fase da organização depois de quatro anos que colocou em prática o plano de se aproximar do médio e pequeno consumidor. Um dos passos principais da estratégia ocorreu com a entrada em operação de seu primeiro projeto de geração, o parque eólico Anemus.
Essa lupa colocada sobre esse perfil de consumidor, diz o CEO da empresa, Cláudio Ribeiro, vem do fato que a carga dos consumidores que migram ao mercado livre vem caindo, hoje está na faixa de 0,2 a 0,3 MW. E a estimativa é de que esse volume continue a linha descendente e que apresentam uma especificidade muito grande para ser convencido de que o ACL é um bom negócio.
Tela da plataforma da 2W Ecobank que promete oferta de serviços além da economia de energia, mas também em sustentabilidade
Por isso, a empresa avançou mais um ponto desse plano que sempre foi o de oferecer serviços que se parecem mais com uma instituição financeira do que com uma comercializadora. A empresa oferece uma plataforma digital que se assemelha a um banco digital, com algumas especificidades como consultoria e produtos direcionados à questão de sustentabilidade. Contudo, os primeiros contatos são feitos por uma equipe de consultores que atuam em todo o país.
Essa estrutura, explica o executivo em entrevista à Agência CanalEnergia, deve-se ao fato de que para alcançar esses consumidores é necessário um contato mais direto do que apenas reaizar tudo por meio da digitalização de processos.
“A decisão desses consumidores é tomada com base na relação olho no olho e reconhecimento da empresa. Aprendemos que esse consumidor dá importância ao preço, claro, mas não apenas isso, pois às vezes ele não migra se não enxergar valor agregado nessa nova relação que ele tiver com quem vende energia para ele”, avalia Ribeiro. “É diferente do consumidor eletrointensivo que é só preço mesmo que importa porque uma economia diante do volume de energia que ele tem contratado representa um valor financeiro grande”, acrescenta.
Por esse motivo, a 2W adotou o nome Ecobank, para sintetizar em um nome a entrega que promete trazer ao cliente. Ribeiro destacou que nessa nova fase a empresa quer vender energia como sempre, mas com a plataforma entrega mais ao ofertar não apenas o insumo. Na lista estão consultoria, educação, produtos de sustentabilidades como créditos de carbono, certificados de energia renovável, entre outros itens.
Essa nova fase da 2W segue à entrada em operação do primeiro ativo de geração não à toa. Esse foi o plano inicial da companhia que terá o segundo parque eólico, Kairós, em atividade em meados de 2023. Juntos os projetos possuem 400 MW de capacidade instalada e atribuem, segundo Ribeiro, um valor intangível que é credibilidade junto aos seus clientes que veem as duas usinas existentes. O plano da empresa é de ter até 1 GW, mas esse plano pode sofrer algum atraso por conta do atual cenário de preços baixos e disponibilidade de energia mais barata no mercado, como por exemplo, das usinas renovadas e descotizadas da Eletrobras, que atribui maior margem do que com um projeto próprio.
“Em 2023 nosso foco é reforçar nossa estratégia comercial, não deveremos nem mesmo tomar a decisão de quando iniciaremos o terceiro projetos de geração. Essa decisão pode ficar para 2024 ou 2025”, comenta ele, mas lembrando que é a fotografia do momento e que questões exógenas podem mudar esse cenário.
Enquanto avalia esse cenário, a empresa está concentrada na atração de novos consumidores aproveitando a onda da abertura à toda alta tensão a partir de janeiro de 2024. O executivo comenta que o volume de consultas e de atividade está mais elevado e cresce mês a mês.
Hoje a 2W Ecobank possui cerca de 600 clientes na plataforma e espera chegar a 1.500 até o final do ano. “Em três anos esperamos alcançar 6 mil clientes da alta tensão”, sinaliza o executivo.