A estimativa do Centro Brasileiro de Infraestrutura para o preço de longo prazo para fonte incentivada é de R$ 244,43/ MWh. O valor foi divulgado nesta terça-feira, 28 de março, durante o Outlook 2023. De acordo com Bruno Pascon, diretor do CBIE, a construção de usinas eólicas e solares está se tornando mais cara, puxada pelo aumento dos preços de alguns minerais nos últimos quatro anos, com níquel, cobre e alumínio, que são usados na produção dos equipamentos.

Outro fator apontado no relatório é o gargalo de fornecedores de equipamentos, com a saída de fabricantes de aerogeradores do país, aliada ao aumento dos custos global. “Se eu sou um desenvolvedor e for participar de um leilão, não vou conseguir vender energia por menos de R$ 200 hoje, é a nossa visão atualizada”, explica Pascon. O diretor do CBIE acredita que a alta nos preços das renováveis deverá entrar em debate, uma vez que se há a necessidade da transição, a mineração deveria ser multiplicada para dar conta da demanda e o custo dos equipamentos vem subindo.

O relatório mostra que a fonte eólica offshore é a mais cara do mundo, com valor em torno de R$ 600/ MWh. Embora teoricamente a fonte nuclear seja a de preço mais elevado, de R$ 714,5/ MWh, esse tipo de fonte tem fator de capacidade maior que as usinas em alto mar. A lógica de preços faz com que as offshore não apareçam como uma boa opção no Brasil. “Eólica offshore para pôr no grid não faz nenhum sentido”, avisa Pedro Rodrigues, diretor do CBIE.

Para ele, o movimento iniciado pela nova gestão da Petrobras em direção à transição energética e usinas offshore é válido, mas o tamanho do mercado e o volume de investimento almejado é que deve ser dimensionado. Rodrigues não acredita que o preço dessas eólicas vá sofrer uma queda muito intensa nos próximos anos. O consultor dá como exemplo as placas solares, que após ver seus preços despencarem ao longo dos últimos anos. não tem conseguido mais reduções expressivas.

(Nota da Redação: Matéria atualizada às 18:00 horas do dia 29 de março de 2023 para ajuste do texto no segundo parágrafo)