A qualidade dos serviços de distribuição alcançou em 2022 o melhor resultado da série histórica acompanhada desde 2000. De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica, os indicadores DEC e FEC apurados pela autarquia registraram seus menores valores no ano passado. Ao longo de 2022, o serviço de fornecimento de eletricidade permaneceu disponível por 99,88% do tempo, na média do Brasil.

Em linhas gerais, os consumidores ficaram 10,93 horas em média sem energia (DEC) no ano, o que representa uma redução de 7,2% em relação a 2021, quando registrou-se 11,78 horas em média. A frequência (FEC) das interrupções se manteve em trajetória decrescente, reduzindo de 5,99 interrupções em 2021 para 5,37 interrupções em média por consumidor em 2022, o que significa uma melhora de 10,4% no período.

A Aneel atribui o avanço nos últimos anos como resultado de diversas ações. Elenca entre estas as novas regras de qualidade do fornecimento nos contratos de concessão das distribuidoras, as compensações financeiras aos consumidores, os incentivos na tarifa por meio do Componente de Qualidade, a adoção de planos de resultados para as distribuidoras que apresentavam desempenho insuficiente, as fiscalizações da agência e a definição de limites de interrupção decrescentes para as concessionárias.

Outro indicador divulgado é o valor das compensações de continuidade pagas aos consumidores que aumentou, passou de R$ 720 milhões, em 2021, para R$ 783 milhões em 2022. Já a quantidade dessas compensações apresentou redução. Caiu de cerca de 80 milhões para 20 milhões, em virtude de mudança na regulação sobre o tema. O valor de compensação pago aumentou, em média, cerca de 4 vezes.

A Aneel avaliou todas as concessionárias do país no período de janeiro a dezembro de 2022, divididas em dois grupos: 1-concessionárias de grande porte, com número de unidades consumidoras maior que 400 mil; e 2-concessionárias de menor porte, com o número de unidades consumidoras menor ou igual a 400 mil.

Das empresas de grande porte, a campeã foi a Companhia Jaguari de Energia (CPFL Santa Cruz, SP), seguida pela Neoenergia Cosern (RN) em segundo e Energisa Tocantins (TO) em terceiro. A distribuidora que mais evoluiu em 2022 foi a CPFL Paulista (SP), com um avanço de 11 posições, seguida por CPFL Piratininga (SP) e própria CPFL Santa Cruz, que melhoraram, respectivamente, 8 e 4 posições em comparação ao ano de 2021.

As últimas colocadas foram: 27º Equatorial-GO (GO), 28º Equatorial-MA (MA) e 29º Equatorial-CEEE (RS). As concessionárias que mais regrediram no ranking foram a Copel (PR), que registrou queda de 12 posições, seguida por ESS (SP), Neoenergia Coelba (BA), Neoenergia Elektro (SP) e Cemig (MG), todas com recuo de 4 posições em comparação a 2021.

Das empresas com até 400 mil consumidores, a campeã foi a Muxenergia (RS), seguida por Energisa Borborema (PB) e Empresa Força e Luz João Cesa (SC), empatadas em segundo.

As distribuidoras Amazonas Energia, CEA, Equatorial Alagoas, Equatorial Piauí, Energisa Acre, Energisa Rondônia e Roraima Energia foram excluídas excepcionalmente do ranking porque estiveram recentemente sob o regime de designação, com limites de indicadores flexibilizados.