A Casa dos Ventos e a Vestas firmaram acordo para aquisição e manutenção de equipamentos que somam 1,3 GW de capacidade instalada. O contrato envolve dois projetos localizados no Nordeste brasileiro, o complexo eólico Babilônia Centro, na Bahia, com 554 MW de capacidade instalada, que receberá 123 turbinas, e o Serra do Tigre, no Rio Grande do Norte, com 756 MW, que contará com 168 turbinas. Os equipamentos são do modelo V150-4.5MW. Os dois projetos somados receberão investimento total da ordem de R$ 9 bilhões.

Esse será o maior acordo comercial onshore feito pela Vestas em toda sua cadeia global. O presidente da Vestas América Latina, Eduardo Ricotta, falou com exclusividade à Agência CanalEnergia e afirmou que os geradores serão produzidos na fábrica que fica em Aquiraz, no Ceará, e tem previsão de início para 2024. “Eles começarão a ser instalados e conectados ao grid em 2025 e aí teremos a execução do projeto durante todo ano 2025 e essa energia vai ficar 100% preparada para realmente vender durante 2026”, disse.

Para Ricotta, a parceria tem dois valores importantes, um é a criação de empregos e o outro é a questão da descarbonização não só do Brasil, mas do planeta. “Com relação a criação de empregos, durante a fase de construção serão gerados 14 mil empregos diretos e indiretos e terá um grande impacto nessas áreas que geralmente são áreas pobres e mais remotas e será muito positivo do ponto de vista de economia”, ressaltou.

Para dar uma referência da magnitude do acordo firmado, a capacidade de 1,3 GW poderia fornecer energia para cerca de 2 milhões de lares no Brasil por mês, o que é quase a totalidade das moradias da cidade do Rio de Janeiro. Quando comparamos com a região Nordeste, onde os projetos serão executados, a quantidade seria suficiente para atender o consumo de Estados como Alagoas e Piauí, por exemplo. Este montante evitará a emissão de 3,2 milhões de toneladas de CO2 por ano na atmosfera, correspondente a 141 milhões de árvores plantadas, segundo metodologia da Agência Internacional para as Energias Renováveis (IRENA).

“Esse investimento reforça nosso comprometimento com a expansão das fontes renováveis no Brasil e evidencia o nosso compromisso de assegurar a transição energética e as metas de descarbonização de nossos clientes”, explica Lucas Araripe, diretor-executivo da Casa dos Ventos. A companhia vive um momento de expansão e planeja mais que triplicar sua capacidade instalada de ativos operacionais até o fim de 2025.

Lucas também comentou que os empreendimentos já possuem outorga e a contratação de energia gerada através deles serão comercializadas apenas no mercado livre de energia. “Os empreendimentos já têm outorga e eles estão bem avançados tanto na questão regulatória quanto ambiental e agora com a aquisição das máquinas a gente também vem discutindo em paralelo com potenciais PPAs para viabilizar a venda da energia”, finalizou.