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Criada em fevereiro desse ano, a Floen nasce para acelerar projetos e soluções em escala comercial aderentes a transição energética no Brasil, um conceito abrangente, mas que para a joint-venture entre a Votorantim e o CPP Investments passa pela adequação de três setores: geração de energia e calor, transporte em todas suas formas, além dos materiais que a indústria e sociedade utiliza, como plásticos e químicos.

“Queremos fazer bons negócios para resolver a descarbonização de todos esses setores, com muitas soluções possíveis como o hidrogênio, novas formas de geração, biocombustíveis, biometano, metanol, sintéticos, eletrificação e mobilidade, além da forma como se produz certos materiais”, disse à Agência CanalEnergia a CEO da companhia, Raphaella Gomes.

A executiva, que já atuou como diretora de transição energética e investimentos na Raízen e também como CEO na área de Biogás, destaca que atualmente o problema não é desenvolvimento tecnológico, afirmando que 70% das alternativas necessárias para descarbonização já estão em fase comercial no mundo, mas sim em como sair de onde estamos para uma produção em escala e a custo eficiente e acessível para a retirada dos combustíveis fósseis.

“Ano passado pela primeira vez na história o investimento em renováveis superou o fóssil, com US$ 1,1 trilhão e a expectativa é que esses volumes aumentam ao longo dos anos para atingir o chamado NetZero até 2050”, reforça Raphaella, vendo um leque de oportunidades para aceleração de soluções no Brasil num mercado que irá demandar muito capital.

Floen conta com time de oito pessoas e está estruturada para grandes investimentos em soluções comerciais (Foto: Thomaz Campacci)

Ela confirma que a Floen não irá investir em recursos eólicos ou solares, já que a Auren Energia, do mesmo grupo, já atua nesse nicho, ressaltando que a empresa já está estruturada e apta a realizar aportes para aquisições e negócios que façam sentido para os acionistas e ao core business do negócio. Atualmente o pipeline conta com 17 projetos em análises e negociações com as partes entre diferentes estágios de profundidade.

O diretor de investimentos da companhia, André Macedo, salientou à Agência CanalEnergia que mais do que aportar capital e trazer a expertise de negócios dos dois acionistas, a Floen busca parcerias numa visão de longo prazo e com flexibilidade e independência, o que para ele é uma vantagem em relação aos fundos tradicionais que convivem com pressão para colocar o capital para rodar.

 “A princípio buscamos grandes oportunidades, mas dadas as verticais podem ter startups e ventures para complementar portfólio ou acelerar soluções”, complementa, afirmando que os mercados consumidores dentro da carteira da Votorantim poderão ser utilizados como testes de potenciais benefícios na governança das companhias, a partir do contato que existe com diversos executivos para construir negócios que façam sentido.

Macedo também comentou sobre boas possibilidades para projetos de eficiência energética dentro dos segmentos de produção e em novas tecnologias para redução de consumo, além de outros temas transversais de soluções que contribuem para as verticais que a Floen quer se especializar, como no caso do mercado de carbono e demais soluções climáticas.