O consumo de energia elétrica no Brasil atingiu 42.897 GWh em fevereiro de 2023, subindo 2,2% em comparação com mesmo mês de 2022, informa o último levantamento mensal da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), divulgado nessa sexta-feira, 31 de março. A classe residencial puxou a alta com 5%, seguida pela comercial e industrial, com 2,3% e 1,5%. Quanto ao ambiente de contratação, o mercado livre computou crescimento de 3,5%, enquanto o cativo avançou 1,4%. Já no acumulado em 12 meses a demanda registra 509.850 GWh, subindo 1,5%.

A região Nordeste liderou o segmento industrial, com 15,3%, seguida por Norte (12%) e Centro-Oeste (4,2%), enquanto Sul e Sudeste retraíram em 6,5% e 0,7% seus consumos. Entre os ramos monitorados 23 dos 37 retraíram, estando seis destes setores entre os dez mais eletrointensivos, com a maior expansão vindo da Metalurgia, puxado pela cadeia do alumínio primário no Maranhão e no Pará, ainda que a queda na produção siderúrgica nacional tenha atenuado o desempenho da classe.

Por outro lado, as maiores quedas foram de produtos minerais não-metálicos, em linha com a redução nas vendas da indústria cimenteira, além de papel e celulose, mas esta devido alta base de comparação com fevereiro de 2022, quando a parada anual de manutenção em uma grande unidade autoprodutora no sul do país elevou o consumo da rede.

Nas residências a demanda foi puxada principalmente pelas altas temperaturas em grande parte do território nacional, além da bandeira verde, queda do desemprego e o aumento da renda da população no período como um fator secundário colocado pela EPE. Todas as regiões registraram crescimento do consumo, sendo o maior destaque o Sul e o Nordeste. Entre as Unidades da Federação, maiores acréscimos no Amapá e Maranhão, e os menores Rio de Janeiro e Amazonas.

No segmento comercial impactos de temperaturas elevadas e atenção para um dia útil a menos em 2023 na comparação com o ano passado, quando o feriado de Carnaval foi no dia 1º de março. Outro efeito de base de comparação foi o pico da variante Ômicron da Covid-19 no Brasil em 2022, fazendo com que os gastos da população com serviços, principalmente, fossem menores.

Com exceção do recuo marginal no Centro-Oeste, todas as outras regiões anotaram expansão do consumo da classe, com liderança do Sul e Norte. Entre os Estados menção à Paraíba e Santa Catarina, e pelo lado de redução Maranhão e Goiás, a primeira impactada pela reclassificação de consumidores da classe comercial para a residencial feita pela distribuidora local.