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A modernização do setor e a abertura do mercado livre são movimentos que trarão mais aproximação e oportunidades para a Schneider Electric. A empresa, que está há 75 anos no Brasil, vê o acesso de mais empresas e o acesso à energia renovável como fator impulsionador no processo. Em entrevista à Agência CanalEnergia o diretor de Energy & Sustainability Services Mathieu Piccin, e o vice-presidente de Power Systems, Leandro Bertoni, revelaram que as empresas além da busca pela jornada ESG tem procurado por soluções mais eficientes e digitalização. Hoje quem não está falando de digital ou implementando digital e a eficiência nas suas operações e não está fazendo isso com o objetivo de trazer menos emissões e mais sustentabilidade, já ficou para trás”, explica Bertoni.

Para ele, a procura por soluções que envolvam a sustentabilidade já está enraizada nas empresas, mas a implementação ainda não. Segundo ele, muitas companhias tentam entender qual o seu nível de emissão de carbono e a sua posição em relação a sustentabilidade. Aquelas que têm atuação mais ampla encontram mais dificuldade no controle. Ao mesmo tempo em que buscam esse ter domínio, efetuam medidas imediatas de ajuste para reduzir as emissões. É nesse momento que a eletrificação, a inserção de renováveis e a eficiência energética aparecem “Vai ter uma parte de autoconhecimento que está amadurecendo e tem uma parte de investimento que estará em paralelo enquanto se está conhecendo”, avisa.

Mathieu Piccin conta que há um grande desafio das empresas na consolidação de dados relacionados as emissões e práticas sustentáveis. Muitas companhias querem soluções para mapear suas informações para apresentar a investidores e também há a procura para auxílio na estratégia de sustentabilidade a ser usada. A adoção de um PPA renovável, a definição correta de uma meta de emissões e impacto perante o acionista. De acordo com os executivos, muitas vezes há a vontade de abraçar a sustentabilidade, mas sem saber por onde começar e como fazer.

A Schneider tem o EcoStruxure Resource Advisor, plataforma que rastreia e consolida as métricas ESG, fazendo a coleta e agregando os dados de sustentabilidade, suprimentos e instalações de diferentes unidades em apenas um ponto para monitoramento e relatórios de mercado. Recentemente, foi lançado um novo módulo da solução, classificada pela companhia como hub colaborativo unificador para os dados de energia e sustentabilidade do usuário da plataforma. A Schneider oferece ainda um suporte personalizado para a implantação e serviços relacionados aos relatórios.

Atuando no Brasil há 75 anos, a Schneider vê o país como um mercado de alto potencial. A companhia tem uma fábrica em Cajamar com o conceito de smart factory, onde toda a tecnologia digital é usada e tem selo de zero emissão de carbono. Nos últimos quatro anos, a Schneider do Brasil exportou 71 profissionais para unidades da Europa, Ásia e Américas.

Ele se mostra empolgado com a disposição para a diversidade energética do Brasil, que ao mesmo tempo em que estados do Nordeste como o Ceará assinam memorandos de entendimento para o hidrogênio verde, um energético cobiçado no cenário internacional, também vê o biogás ganhar força no interior de São Paulo, como no contrato firmado entre a Volkswagen e a Raízen. “O que eu gosto de ver no país são essas apostas que tomam em consideração os recursos locais e não só seguir uma agenda global”, salienta.

Bertoni corrobora o pensamento de Piccin sobre a riqueza energética do Brasil e cita a descarbonização dos transportes. No mundo, os veículos elétricos ganham força como primeira saída, mas no Brasil ainda enfrentam barreiras pela opção do etanol, uma realidade já consolidada no mercado. Para ele, o H2 verde ainda tem que baratear a sua produção para poder se firmar no mesmo patamar de competição com outros insumos. “Hoje o desafio dos pesquisadores e das empresas que estão investindo na produção é o custo da produção”, avisa.