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O Brasil pode ser um candidato a receber uma fábrica de carregadores elétricos da ABB na América Latina, mas para isso a condição básica é de que a região seja um mercado de milhares de equipamentos por ano. Atualmente a empresa possui produção na China, Itália e, mais recentemente, nos Estados Unidos.
Atualmente os equipamentos da marca que estão instalados no país vêm da China ou da Itália a depender da sua capacidade. A fábrica norte-americana foi desenvolvida para atender a demanda daquele país.
Segundo dados da Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE), até o fechamento de 2022, o Brasil contava com pouco mais de 125 mil unidades na categoria leves emplacadas. Somente no ano passado foram 49.245 unidades dentre todas as categorias de veículos, que vão desde os híbridos aos 100% elétricos. Não estão incluídos ônibus, caminhões ou os veículos classificados como levíssimos.
Os veículos classificados como BEV (100% elétricos) fecharam 2022 com emplacamentos de 8.460 unidades, que representam 17% do total de eletrificados do ano. Os elétricos híbridos (HEV), puxados pelos veículos flex, seguiam na liderança do mercado nacional, com 30.439 unidades comercializadas em 2022, ou 62% do total.
E em 2023 os números mostram que a curva está ascendente. Em Janeiro e Fevereiro, foram emplacados quase 4,5 mil unidades na média em geral, dois recordes para esse período.
Ao passo que esses números de vendas avançam o volume de eletropostos, aumenta. Segundo dados da entidade, a expectativa é de que em três anos o país alcance cerca de 10 mil pontos de carregamento públicos ou semi públicos.
Apesar dessa evolução, a tendência ainda é de que o país veja o impulso da mobilidade elétrica baseada no transporte público, seja por meio de ônibus ou caminhões que rodam o dia todo dentro da cidade, a chamada ‘last mile’ ou última milha, em referência à proximidade com as grandes cidades para a entrega de produtos.
O ambiente urbano ainda é o mais adequado para essa atividade uma vez que uma das metas é a redução das emissões de gases de efeito estufa e também da poluição sonora. Segundo Wim Elshout, responsável pelas vendas da ABB E-mobility para mercados emergentes, 30% das emissões em todo o mundo têm como origem a queima de combustíveis fósseis por veículos. Por isso atuar nesse campo se torna uma grande ferramenta para reduzir o impacto.
Essa é uma das grandes apostas da empresa. Não à toa que a ABB é quem tem o naming rights da principal categoria do automobilismo elétrico, a Fórmula E, que está em sua 9ª temporada e que desembarcou no Brasil no final de março para o primeiro E-prix, como são chamadas as corridas desses monopostos.
Categoria de monopostos é visto como um evento para chamar a atenção das pessoas para a mobilidade elétrica e dinamizar esse mercado. Foto: ABB/DPPI
Segundo o executivo, a categoria acaba sendo o laboratório de testes da empresa para o futuro da eletromobilidade. “Há uma grande oportunidade de redução de emissões com a tecnologia de carregamento de veículos. Assim como o desenvolvimento dessa indústria, a tecnologia está avançando muito rápido”, disse ele. “Estamos trabalhando junto às montadoras visando uma padronização da tecnologia”, acrescentou ele lembrando que os produtos demandados pela categoria chegam ao mercado. “Há demandas da categorias e nossa resposta é testada nesse ambiente de competição”, descreveu.
Luciano Nassif, presidente da ABB Brasil, lembra que a chegada da categoria para o primeiro evento no Brasil atrai a atenção por deixar mais claro a tecnologia envolvida, as marcas ao redor desse novo conceito de mobilidade e para as soluções.
Aqui no Brasil a questão da eletromobilidade possui duas vertentes que foram abordadas no evento.
A primeira é o preço dos veículos elétricos ainda elevados. Nesse caso em linhas gerais o segmento se mostra como em outros mercados em estágios iniciais. Começa por meio do avanço na mobilidade de cargas e passageiros, passa pelo transporte individual em carros de luxo até chegar nos modelos de entrada, que cada vez mais veem os valores recuar por conta dos preços da bateria que seguem em queda. A segunda questão que ainda precisa avançar é na infraestrutura de carregamento.
Elshout destaca ainda que diferentemente de outros países o Brasil possui uma vantagem, que é sua matriz elétrica altamente renovável. E que descarbonizar por aqui é um caminho natural porque ao utilizar VEs, a chance de evitar emissões é natural. Essa situação difere de outras regiões onde a energia do grid ainda é de origem fóssil e para reduzir as emissões é necessário mais investimentos na substituição das fontes de geração.