A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo criou uma Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar eventuais irregularidades e práticas abusivas cometidas pela Enel SP no fornecimento de energia elétrica no estado, incluindo falhas operacionais, atendimento ao consumidor e investimentos na rede de distribuição. A proposta de abertura da CPI foi apresentada pelo deputado Thiago Auricchio (PL), que destaca a atuação da concessionária no período de 2018 a 2023.
A distribuidora paulista atende 7,5 milhões de unidades consumidoras (mais de 20 milhões de pessoas) em 24 municípios da região metropolitana, incluindo a capital. Segundo Auricchio, somente na região do ABC, a Enel lidera a lista de reclamações por parte da população e é um exemplo claro de como o serviço tem sido prestado pela empresa.
O ato que oficializa a instalação da comissão foi publicado no Diário Oficial do Estado de São Paulo desta sexta-feira, 14 de abril. Os próximos passos serão a escolha dos nove membros titulares e seus suplentes pelas lideranças partidárias e a eleição do presidente e vice da CPI, que terá duração inicial de 120 dias, prorrogáveis por no máximo 60 dias.
Outras CPIs
O grupo italiano atua também no Rio de Janeiro e do Ceará, e até o início desse ano controlava a distribuidora de Goiás, que foi vendida para a Equatorial. Em todos esses estados foi alvo de investigação ou de pedidos de investigação pelo Legislativo.
Antes da transferência de controle, a Enel GO passou por uma CPI na assembleia legislativa do estado. No Rio, foi instalada em abril desse ano uma Comissão Parlamentar de Inquérito pela Câmara Municipal de Niterói, sede da distribuidora fluminense, para investigar a qualidade do serviço.
No Ceará, há um pedido de abertura de uma CPI da Enel na assembleia legislativa, além de um movimento de coleta de assinaturas com o mesmo objetivo na Câmara Municipal de Fortaleza.