Durante o seminário “Gás brasileiro para reindustrialização do Brasil”, o vice-presidente da república, Geraldo Alckmin, anunciou a criação de um grupo de trabalho para alcançar um caminho de ofertar gás natural no país. O grupo será composto pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e Serviços, Ministério de Minas e Energia e Petrobras.

Segundo o presidente da Fiesp, Josué Gomes, a criação do GT é um elemento essencial para que se possa encontrar caminhos para oferecer a industrial um gás a preço de custo. “O trabalho de reindustrializar o Brasil ele passa por três pilares fundamentais e outros fatos importantes. Precisamos da reforma tributária e a convicção que o Brasil vai conseguir aprovar os impostos sob consumo”, disse.

O executivo ainda destacou durante o evento que é necessário uma infraestrutura competitiva. “E infraestrutura crescendo será a locomotiva do desenvolvimento nacional. E começa com energia, pois o Brasil já teve a energia mais competitiva do planeta. O Brasil sendo tão rico em energia limpa e neste momento de transição energética pode servir a indústria de transformação. E o gás como energia de transição pode desempenhar um papel fundamental para a industrialização nacional.

Para Alckmin, o começo do grupo de trabalho será para “ontem”. Ela ainda afirmou que a reforma tributária será fundamental para a indústria brasileira, pois irá estimular o investimento e a exportação. “O consumidor quer um produto de boa qualidade e mais barato e sempre houve uma trilha no que tange juros, impostos e câmbio. E a reforma virá para simplificar e ajudar a reduzir custos no Brasil”, ressaltou.

O vice-presidente declarou que o compromisso do Governo Lula já começou pela reinstalação Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e o Conselho Nacional do Desenvolvimento Industrial que será instalado nos próximos dias. “E as duas reformas estruturantes importantíssimas, a tributária que está super bem encaminhada e a ancoragem fiscal cujo projeto deve estar sendo encaminhado nos próximos dias e a desburocratização, simplificação e competição de custos”, explicou.

Ele ainda destacou que há uma grande possibilidade de ter um aumento de investimentos em infraestrutura de energia renováveis. “Nos mais variados setores, a China e depois os Emirados Árabes são os que mais investem na área de energia solar”, disse. Segundo o vice-presidente, recentemente foi renovado o Padis até 2026 e além de semicondutores foi incluído toda a energia solar. “Queremos fabricar placas solares fotovoltaicas no Brasil, enfim, toda a área de energias renováveis e eólica”, declarou. Ainda de acordo com ele, o presidente Lula no próximo final de semana deverá passar por Espanha e Portugal. “A Espanha vai assumir a presidência da União Europeia e acordos do Mercosul e com isso há um esforço grande para nós podermos criar empregos e atrair investimento para o Brasil”, destacou.

Também afirmou durante o evento na FIESP que o governo americano tirou a placa de aço de carbono da lista antidumping do Brasil. “Isso vai aumentar a exportação na área de siderurgia para os Estados Unidos”, ressaltou.

Já o presidente da Petrobras, Jean Paul Terra Prates, afirmou que hoje a configuração do mercado de gás brasileiro se dá seguinte forma: a parte importada é da Bolívia com 17 milhões m³ por dia, sendo que a estatal tem uma capacidade 30 milhões m³ por dia. “Temos potencial e possibilidades de ajudar os nossos companheiros bolivianos”, disse.

Prates ainda destacou que é necessário discutir a produtiva do gás natural para os mercados brasileiros, pois a Petrobras já usa no mercado a expressão de produtos diferentes para clientes diferentes e em se tratando do mercado brasileiro que produz o seu próprio gás natural congeminado com as necessidades de importação da mesma forma que o combustível. “Temos que ter muito cuidado ao tratar com a questão do PPI e das fórmulas de preços porque sabemos que o mercado é muito sensível e há uma linha tênue entre passar isso para o lado do subsídio direto ou das perdas da Petrobras então queremos deixar claro que vamos trabalhar tanto no combustível quanto no gás nesta nova ótica de que o mercado brasileiro tem um mercado e um preço próprio que é composto ponderadamente do que ele próprio produz e do que é complementar”, alertou.

O presidente da Petrobras também afirmou que o preço do gás vai baixar em 1º de maio. “A redução deverá ser de 8,1%. Importante dizer que quando nós assumimos em janeiro já baixamos esses preços médios de gás na ordem de 20% e vamos chegar em maio com um preço 20% mais baixo do que em janeiro”, disse Jean Paul Terra Prates.

Ele ainda finalizou dizendo que o objetivo é consolidar a liderança do global da Petrobras em transição energética pelo menos em relação às suas congéneres tudo isso feito com a total parcimônia o total reconhecimento e racionalidade do fluxo de caixa operacional da empresa, ou seja, com parcerias mas principalmente também com os próprios resultados.

(Nota da Redação: Matéria ampliada para inclusão de novas informações às 13:35 horas do dia 17 de abril de 2023)