A cogeração em operação comercial no Brasil é de 20,5 GW, o que representa um crescimento de 4% no total de capacidade instalada de cogeração em operação comercial no comparativo de 12 meses – quando o valor era de 19,71 GW, em março de 2022. O número representa 10,8% da matriz elétrica brasileira. O total foi apurado pela Associação da Indústria de Cogeração de Energia ao final de março de 2023 junto à Agência Nacional de Energia Elétrica. Hoje, a cogeração equivale a 1,46 vez a capacidade instalada de Itaipu, que contém 14GW.

Em março de 2023, o incremento foi de 40 MW de bagaço de cana da usina CVW Energética (AL). No país, a cogeração conta agora com 654 usinas. A produção de energia movida a bagaço de cana conta com 387 usinas. A capacidade instalada é de 12,35 GW, o que representa 60,4% do total da cogeração. Em segundo lugar, no ranking, está o licor negro, com 21 usinas, perfazendo uma capacidade instalada de 3,40 GW (16,6%). Já a cogeração a gás natural tem 93 usinas, somando uma capacidade instalada de 3,15 GW instalados (15,4%).

A cogeração derivada de cavaco de madeira chega a uma capacidade instalada de 880 MW (4,3%) derivadas de 70 usinas. A produzida com biogás detém uma capacidade instalada de 376 MW (1,8%), partindo de 51 usinas. Outras fontes somam uma capacidade instalada de 299 MW, oriundas de 32 usinas, e completam o quadro (1,5%). Para o persidente da Cogen, Newton Duarte, a cogeração de energia vem dando uma significativa contribuição para a segurança energética do país.

De acordo com o diretor de Tecnologia e Regulação da Cogen, Leonardo Caio Filho, a cogeração movida a biomassas tem sido essencial para garantir essa segurança energética do país. Segundo ele, em 2022, a cogeração contribuiu para poupar 14 pontos percentuais do nível dos reservatórios das UHEs nos subsistema Sudeste/Centro-Oeste. As usinas de açúcar e etanol entregam essa energia principalmente no período de safra, o que coincide com o período seco.

Por unidades da federação de cogeração por biomassa, São Paulo lidera a lista com 7,5 GW instalados. Em seguida estão Minas Gerais (2,1 GW); Mato Grosso do Sul (1,9 GW instalados); Goiás (1,5 GW instalados); Rio de Janeiro e Paraná (cada um com 1,3 GW instalados) e Bahia (1,1 GW instalados). Entre os cinco setores industriais que mais usam a cogeração estão o Sucroenergético (12,437 GW), Papel e Celulose (3,262 GW), Petroquímico (2,305 GW), Madeireiro (832 MW) e Alimentos e Bebidas (638 MW).