Segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, o consumo de energia elétrica no Brasil nos três primeiros meses de 2023 foi de 68.993 MW med, um aumento de 1,3% na comparação com o mesmo período do ano passado. Entretanto, se contabilizados os 1.445 MW med exportados para a Argentina e Uruguai, a demanda total do país seria de 70.438 MW med, o que representaria um aumento de 3,4% no comparativo anual.

A avaliação da CCEE é de que o consumo segue dentro do esperado, com a retomada do mercado energético e em linha com a primeira revisão quadrimestral da previsão de carga, que projeta aumento de 2,6% no consumo no ano. O crescimento observado no primeiro trimestre está atrelado ao bom desempenho de alguns setores da economia que devem continuar tendo boa performance em 2023.

O avanço do primeiro trimestre foi puxado pela demanda 5,4% maior no mercado livre. O ambiente utilizou 24.561 MW med e as maiores taxas foram registradas pela CCEE nos ramos de saneamento e comércio, impulsionados pela migração de novas unidades consumidoras, seguidas pelos ramos de atividade econômica ligados à metalurgia, que olham com otimismo a retomada da economia chinesa. O restante, 44.432 MW med, foi consumido pelo mercado regulado. Esse montante foi 0,8% menor na comparação anual e a queda teve influência de um maior volume de chuvas no primeiro trimestre, além de temperaturas mais amenas que as do mesmo período do ano passado.

Por setor, avaliando o comparativo anual e sem considerar a exportação para Argentina e Uruguai, a demanda foi maior em quase todos eles, com destaque para os ramos de saneamento (24%), comércio (12%), extração de minerais metálicos (12%) e metalurgia e produtos de metal (9%). Apenas três áreas registraram queda: as indústrias têxtil e de químicos e o segmento de minerais não-metálicos, cada uma com declínio de 3%. Por estado, o consumo de energia também subiu em quase todo o país no primeiro trimestre, com destaque para o Maranhão, com 46%; e Pará, com 8%, onde a indústria ligada ao ramo metalúrgico teve forte influência, seguido por Rondônia.

Nos estados onde a demanda por eletricidade foi menor, sem considerar a exportação, a CCEE destaca o Mato Grosso do Sul, com recuo de 7%; o Rio Grande do Norte, com queda de -1% e Pernambuco, de 2%, todos afetados por volumes maiores de chuva no primeiro trimestre, e Pernambuco, adicionalmente, impactado pela queda no consumo do mercado livre.