Durante a 13ª edição da Cimeira Luso-Brasileira, no último sábado, 22 de abril, em Lisboa, os governos brasileiro e português assinaram 13 acordos bilaterais. O primeiro-ministro de Portugal, António Costa, anunciou que, na área de energia, EDP e Galp poderão investir até € 5,7 bilhões em projetos energéticos no Brasil.

O primeiro-ministro lembrou que a EDP produziu recentemente, no Porto de Pecém, no Ceará, a primeira molécula de hidrogénio verde de toda a América Latina. De acordo com ele, o estreitamento de relações no domínio do hidrogênio amplia a capacidade de produção do Brasil e o papel que Portugal pode ter como porta de entrada desse energético na Europa, através do Porto de Sines.

Na declaração conjunta emitida por conta da Cimeira, os países reconhecem o papel fundamental da energia na transição para uma economia global de baixo carbono, defendendo a centralidade das renováveis na resposta ao desafio das mudanças climáticas. Brasil e Portugal manifestaram interesse em aprofundar a cooperação, sublinhando a importância da assinatura do Memorando de Entendimento no domínio da Energia, visando a cooperação técnica e a realização de programas e iniciativas conjuntas.

Outro ponto destacado na declaração pelos dos países foi a importância dos investimentos portugueses no setor energético brasileiro, com destaque para as renováveis, na geração de energia hidrelétrica e na exploração de parques eólicos e solares, além do reforço da rede de distribuição nos estados de São Paulo e Espírito Santo. A EDP anunciou em janeiro que entre 2020 e 2025, terá investido R$ 4 bilhões no estado capixaba.

A petroleira Galp vem anunciando desde 2021 investimentos em renováveis no Brasil. A área tem recebido 50% dos investimentos. A companhia revelou no ano passado que pretende investir US$ 5 bilhões no Brasil no horizonte de dez a 15 anos. Em outubro de 2021, já havia sido revelado o investimento de US$ 400 milhões em dois projetos solares que somam 594 MW e ficam nos estados da Bahia e Rio Grande do Norte. A Galp possui uma carteira de 5,2 GW em projetos renováveis que estão em análise ou em construção no Brasil.