A ABB fechou o primeiro trimestre de 2023 com avanço positivo em três das quatro áreas de negócios. Embora a área de Robotics & Discrete Automation tenha melhorado os pedidos, caiu em relação ao alto nível registrado no ano passado, quando se beneficiou de compras antecipadas em um período de escassez significativa de componentes. Um impulso particularmente forte foi observado na área de Process Automation, com pedidos que atingiram o nível mais alto da história recente.

Assim como no trimestre anterior, a empresa não enfrentou restrições significativas na cadeia de suprimentos, portanto, converteu o backlog em entregas ao cliente. O avanço na receita foi forte (13%), com crescimento de dois dígitos em todas as áreas de negócios. Os impactos do crescimento em preços e volumes mais do que compensaram o impacto das mudanças nas taxas de câmbio. Apesar do forte crescimento da receita, a empresa construiu uma boa carteira de pedidos.

Segundo o CEO da companhia, Björn Rosengren, a ABB melhorou o ebita operacional em 28%, para US$ 1,277 bilhão, e a margem aumentou 200 pontos básicos, para 16,3%. Ele destacou que esse foi o resultado mais forte do primeiro trimestre em muitos anos.

Além do forte desempenho operacional, o lucro líquido foi, também, sustentado por impactos fiscais líquidos positivos de aproximadamente US$ 200 milhões, vinculados à resolução favorável de aspectos fiscais do ano anterior, principalmente aqueles relacionados ao desinvestimento do negócio Power Grids.

O fluxo de caixa cresceu na ordem de US$ 855 milhões em relação ao ano passado, em linha com as expectativas da empresa. Além disso, o fluxo de caixa das atividades operacionais de US$ 282 milhões foi forte para um primeiro trimestre e possibilitou um robusto começo de ano, o que sinaliza uma boa entrega de caixa para o ano.

Rosengren ainda destacou que está confiante de que o balanço será forte o suficiente para suportar o crescimento, um dividendo por ação crescente e sustentável e a recompra de ações como meio de devolver o excesso de caixa aos acionistas. No início de abril, a companhia lançou um novo programa de recompra de ações de até US$ 1 bilhão, que vigorará até março de 2024.

Em fevereiro, a ABB publicou seu primeiro relatório integrado, incluindo seu relatório de sustentabilidade de 2022, mostrando um progresso sólido em direção às metas para 2030. Um dos destaques foi a redução de 43% das próprias emissões de gases de efeito estufa, uma redução total de 65% em relação à base de comparação de 2019.

Além disso, a empresa definiu uma nova meta de redução de emissões para sua cadeia de suprimentos, abrangendo fornecedores que respondem por 70% das compras da companhia, e avança em seus esforços para fortalecer a abordagem de circularidade, definindo indicadores-chave de desempenho para cada estágio do ciclo de vida do produto. O CEO da ABB afirmou que o maior impacto ambiental positivo que pode oferecer aos clientes baseia-se no fornecimento de produtos e soluções que possibilitam maior eficiência na utilização de recursos e na demanda por energia limpa para o longo prazo.

Listada na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) desde 2001, a ABB decidiu cancelar o registro. A principal razão é que o acesso ao mercado internacional de ações aumentou desde que a empresa foi listada, com a expansão dos meios de negociação digital em múltiplas plataformas. Consequentemente, a empresa não vê mais a necessidade de estar listada em até três mercados de capitais. O plano inclui o cancelamento do registro dos American Depositary Receipts (ADRs) por volta de 23 de maio de 2023. A partir do cancelamento, os ADRs da ABB serão convertidos em um programa patrocinado de Nível I. Isso ainda dá aos investidores americanos a capacidade de investir na ABB por meio de ADRs. As ações da ABB permanecerão listadas na SIX Swiss Exchange e na bolsa sueca. A saída de capital e cancelamento de registro planejado nos EUA seria mais um passo em direção a uma maior simplificação e eficiência na ABB.

“Continuamos comprometidos com o mercado dos EUA, que representou 24% de nossas receitas em 2022. O país é fundamental para o sucesso da ABB, onde aproximadamente 85% das vendas da empresa são oriundas de produção local. Para apoiar os planos para o futuro, a empresa está investindo cerca de US$ 170 milhões em suas instalações para atender à crescente demanda por energia limpa e automação”, disse Rosengren.

Perspectivas para 2023

A ABB espera um crescimento de receita na ordem de dois dígitos no segundo trimestre de 2023 para apoiar uma melhoria na margem ebita operacional ano a ano. Além disso, apesar do ambiente de incertezas no mercado, a empresa prevê um crescimento da receita de pelo menos 10%, além de melhora na margem ebita operacional.