A nova edição do relatório anual Global Electric Vehicle Outlook da Agência Internacional de Energia indica que este ano as vendas no mundo de carros elétricos devem atingir novo recorde. A participação no mercado automotivo deve ir a cerca de 20%, impactando em especial o setor petroleiro. O relatório mostra que mais de 10 milhões de carros elétricos foram vendidos em todo o mundo no ano passado e que as vendas devem crescer mais 35% este ano, chegando a 14 milhões. A disparada significa que a participação dos carros elétricos no mercado de automóveis aumentou de cerca de 4% em 2020 para 14% em 2022 e deve aumentar ainda mais para 18% este ano, com base nas últimas projeções da AIE.
A grande maioria das vendas de veículos elétricos até o momento está concentrada na China, Europa e Estados Unidos. A China é a pioneira, com 60% das vendas globais de carros elétricos ocorrendo em 2022. Hoje, mais da metade de todos os carros elétricos em circulação no mundo estão por lá. A Europa e os Estados Unidos, segundo e terceiro maiores mercados, registraram forte crescimento, com vendas aumentando 15% e 55%, respectivamente, em 2022.
A expectativa é que políticas como o pacote Fit for 55 na União Europeia e a Lei de Redução da Inflação nos Estados Unidos façam crescer mais a participação no mercado nesta década e no futuro. Até 2030, a participação média dos carros elétricos nas vendas totais na China, na UE e nos Estados Unidos deve aumentar para cerca de 60%. Os projetos anunciados de fabricação de baterias seriam mais do que suficientes para atender à demanda por veículos elétricos até 2030 no Cenário Net Zero Emissions by 2050 da AIE, embora a fabricação se mantenha concentrada na China.
Apesar da concentração de vendas e fabricação nos grandes mercados, a AIE vê boas perspectivas em outras regiões. A participação dos carros elétricos nas vendas totais aumentou para 3% na Tailândia e para 1,5% na Índia e na Indonésia. Na Índia, o programa de incentivo do governo de US$ 3,2 bilhões, que atraiu investimentos no valor de US$ 8,3 bilhões, deve aumentar substancialmente a fabricação de baterias e o lançamento de veículos elétricos nos próximos anos.