A EDP Brasil irá participar do leilão de transmissão marcado para 30 de junho e já estuda as relações de preço, riscos e custos para a sequência dos outros certames em 2023, além de seguir com as melhorias na distribuição de energia e foco de crescimento na geração distribuída solar, mirando a liderança desse segmento no Brasil. Os assuntos foram levantados durante a teleconferência dos resultados financeiros da companhia, na manhã dessa quinta-feira, 4 de maio.

O vice-presidente de clientes da empresa, Carlos Andrade, comentou que a perspectiva para GD segue com bastante potencial mesmo após as alterações regulatórias, visto que as mudanças já eram esperadas pelo mercado e também com os preços das placas solares e custos com transporte começando a baixar, tornando aos poucos o Capex para a atividade mais em conta.

“Temos 252 MWp protocolados antes do dia 7 de janeiro, dos quais 160 MWp em construção e temos outros projetos em desenvolvimento fora da janela regulatória, a partir de estudos juntando o peso da tarifa fio, irradiação solar, tarifa da distribuidora, participação da GD por cada concessão”, aponta o executivo. A modalidade contou com R$ 11,3 milhões em recursos no primeiro trimestre do ano tem expectativa de alcançar 200 MWp ao longo de 2023.

Renovação das concessões

Quanto a renovação das concessões de distribuição, o CEO João Marques da Cruz, ressaltou que nesse ano foi quatro vezes a Brasília para diálogos interessantes com o governo, tendo uma visão compartilhada com o Ministério de Minas e Energia quanto ao que a pasta classificou como contrapartidas sociais para o processo, enaltecendo também o ministro Alexandre Silveira ao dizer que irá haver prorrogação sem licitação, sem qualquer onerosidade ou bônus de outorga.

“Não se trata de contrapartida, mas engajamento e responsabilidade do setor de distribuição com seus clientes e o Brasil necessita de uma maior relevância na pauta social”, avalia Cruz, ponderando que há mecanismos para uma melhor gestão de recursos para um programa nesses moldes integrado ao processo de renovação das concessões.

EDP quer liderança em GD solar no Brasil e mira 200 MWp em implementações em 2023 (Semagro)

Em relação a qualidade do serviço, foi salientado o melhor DEC da história para a EDP Espírito Santo, com a concessão de São Paulo subindo um pouco, ainda que tenha sido impactada por chuvas nesse primeiro trimestre. Já a inadimplência vem sendo combatida por três alavancas: incentivando a tarifa social, facilitação nas formas de pagamento, além do reforço nas equipes que fazem a interrupção do serviço quando necessário.

Demonstrações financeiras

A EDP Brasil registrou lucro líquido de R$ 486,8 milhões no primeiro trimestre do ano, caindo 6,9% em relação ao mesmo período de 2022. O EBITDA atingiu R$ 1,3 bilhão, crescendo 3%, enquanto a receita líquida subiu 1,6%, chegando a R$ 3,7 bilhões. Já a dívida líquida subiu 1,7% para pouco mais de R$ 10,2 bilhões.

O segmento de distribuição contou com R$ 427,1 milhões em investimentos no período, aumento de 19,4% na comparação anual. Os esforços se concentraram nas obras de expansão, melhoria da rede, dos indicadores de continuidade, além dos projetos de combate às perdas. Já uma informação passada na apresentação é de que a companhia irá aplicar R$ 300 milhões nesse ano para blindagem da rede paulista contra furtos de energia.

Por fim, em transmissão os aportes cresceram R$ 91,2 milhões, decorrente do cronograma de obras dos lotes em construção. Entre eles está o da região Norte, adquirido no leilão nº 01/2021 e que têm entrada em operação prevista para 2024, enquanto o lote 2, do certame 02/2022, está em fase de licenciamento. A EDP Goiás, um dos ativos mais relevantes da companhia, energizou em fevereiro a subestação de Águas Lindas, a qual faz parte do processo de reforço e melhoria da rede de transmissão do estado, com benefício para mais de 300 mil pessoas.