Com a preservação de níveis elevados nos reservatórios hidroelétricos, estudos do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apontam para uma expectativa de recorde no armazenamento para um final de outubro, com o volume útil no SIN ficando entre 70,4% e 81,6%. Assim a energia elétrica gerada por fontes renováveis será priorizada para o atendimento eletroenergético do país neste ano. O cenário positivo foi apresentado na última reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), que aconteceu na última quarta-feira, 3 de maio

De acordo com o ONS, sistema encerrou abril com 87,5%, configurando os melhores níveis de armazenamento do SIN dos últimos 12 anos. Os dados também indicam capacidades equivalentes de 86,2%, 84,0%, 90,9% e 98,4% nos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte, respectivamente. A análise é de que a passagem de frentes frias e atuação de áreas de instabilidade contribuíram para a ocorrência de chuva acima da média histórica na calha principal do rio Paraná.

Com relação à previsão climática, há a probabilidade de aproximadamente 50% para a ocorrência do fenômeno El Niño no 2º semestre de 2023. Os efeitos típicos no Brasil estão associados à ocorrência de temperaturas acima da média nas regiões SE/CO e ao aumento da precipitação no Sul, principalmente na primavera.

O Operador também informou recorde histórico de geração solar fotovoltaica no SIN em 15 de abril, entre 10h e 11h, quando as UFVs centralizadas atingiram 6.430 MWmed, o correspondendo a 10,1% da carga naquela hora. Além disso, os ativos de Micro e Minigeração Distribuída (MMGD) chegaram a 20,7 GW de capacidade instalada.

Hidrelétrica de São Simão fechou abril com níveis acima de 88%

Já a exportação de excedentes de energia aos países vizinhos, no contexto da diminuição das chuvas e dos vertimentos nas hidrelétricas, computou 444 MWmédios de origem hidrelétrica e de 803 MWmédios de origem termelétrica para a Argentina. Para o Uruguai, a comercialização foi de 153 MWmédios hídricos e de 191 MWmédios térmicos.

Expansão GT e deliberações

Na geração e transmissão, a expansão verificada em abril pelo Comitê foi de aproximadamente 596 MW de capacidade de geração centralizada, 243 km de linhas de transmissão e 200 MVA de capacidade de transformação. Assim, em 2023 a ampliação da matriz totalizou 3.340 MW de potência, 2.454 km de linhas de transmissão e 6.116 MVA. A geração distribuída chegou a 4.259 MW ano, atingindo o total de aproximadamente 20,7 GW instalados no país.

No contexto da discussão sobre os resultados do Programa Mensal de Operação (PMO), o CMSE deliberou a realização de análises acerca da qualidade dos dados de entrada de expansão da geração de energia elétrica. A proposta é considerar dois critérios para as estimativas de entrada em operação comercial dos empreendimentos não contratados no Ambiente de Contratação Regulada (ACR) e sem obra iniciada, entre dois itens: adoção da proposta metodológica na Nota Técnica n° 227/2022-SFG-SRG/ANEEL, e da proposta na NT n° 227/2022-SFG-SRG/ANEEL para as usinas que possuam contratos associados de compra e venda de energia de longo prazo.

Além disso, foi aprovado que a Comissão Permanente para Análise de Metodologias e Programas Computacionais do Setor Elétrico (CPAMP) observe os dois diferentes critérios supracitados no âmbito da avaliação dos aprimoramentos dos modelos computacionais previstos para o ciclo 2022/2023.