A Eletrobras aposta em sua capacidade competitiva para sair vitoriosa nos dois leilões de transmissão que estão colocados até o momento. O primeiro, em 30 de junho, que aguarda o aval do Tribunal de Contas da União para publicação do edital, e o segundo que ainda está em consulta pública na Aneel, mas que deverá ser realizado em 27 de outubro com um bipolo de corrente contínua HVDC de 800 kV.
Esses dois leilões serão os dois maiores que a agência reguladora realizará em termos de valores de investimentos. O primeiro na casa de R$ 16 bilhões e o segundo da ordem de R$ 20 bilhões. Por isso, disse o CEO da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior, a empresa vem atuando para criar as condições dentro da companhia para que possa ser mais competitiva.
“A transmissão, estrategicamente, é uma das nossas vertentes no Plano Estratégico. É importante destacar que esses dois leilões são relevantes nos volumes requeridos. Leilão precisa criar valor e para ser competitivo precisa de redução de custo de capital de captação de recursos. Estamos tentando baixar nosso custo de capital e como temos capilaridade, visualizamos as sinergias que trazem vantagem”, destacou ele.
O executivo afirmou que a Eletrobras estará nesses certames e analisando os lotes que estão na disputa. Inclusive, ressaltou a experiência da companhia em linhas de corrente contínua. “No Brasil temos três linhas com essa tecnologias e estamos em todas elas com participações relevantes, isso nos dá vantagens para a disputa desses lotes”, declarou em coletiva após a teleconferência de resultados.
Entre as ações que a empresa tem tomado para viabilizar sua participação estão a aquisição de material e serviços tomando a sinergia de suas controladas por meio da holding. Essa ação, disse, era feita de forma individualizada. Com a centralização a meta é ganhar mais escala e redução de preços.
Ferreira Jr destacou que esse caminho rumo a novos empreendimentos vem do fato que a transmissão representa a maior parte da receita da companhia, mas que tem data para ser reduzida devido ao impacto dos recebimentos da RBSE. Então é necessário repor essa receita por meio de ativos novos.
E por falar em ativos de transmissão novos, ele lembrou que a previsão é de que as obras do Linhão Manaus-Boa Vista terminem em menos de três anos com um aporte de R$ 3,5 bilhões. E ressaltou que já há um acordo com a Alupar, sócia na SPE para que a Eletrobras passe a ser majoritária no empreendimento.