A Eletrobras calcula ter mais cerca de R$ 6 bilhões de capacidade para assumir novos empreendimentos ou aportes. Esse valor foi estimado pelo CEO da empresa, Wilson Ferreira Jr, em coletiva realizada após a teleconferência de resultados do primeiro trimestre realizada nesta sexta-feira, 05 de maio. O montante poderia ser compromissado em leilões de transmissão ou aportes em projetos novos ou até mesmo em aquisições.

Atualmente, a companhia possui outros R$ 6 bilhões em investimentos já relacionados em diversos projetos. Esse valor adicional que a empresa poderia buscar, comentou ele, representa os R$ 12 bilhões que a companhia projeta ser o nível “saudável de investimentos” que possui sem comprometer a sua alavancagem para que este indicador não supere a relação entre a dívida líquida sobre o ebitda recorrente em 3 vezes.

Segundo o executivo, o limite atual seria de R$ 20 bilhões de aportes ao ano para se manter dentro dos padrões. Um exemplo de que a empresa aumentou sua capacidade de aportes é o volume de investimento de R$ 1 bilhão nos três primeiros meses do ano, que comparado a 2022 cresceu três vezes.

“Pegamos o valor desse trimestre e multiplicamos por quatro trimestres dá a ideia do aporte que aplicaremos esse ano, mas eu acredito que será mais que isso”, disse ele que apontou os R$ 12 bilhões como a condição mínima para a disciplina financeira.

Apesar disso, ele comentou que caso haja algo relevante a empresa pode até mesmo buscar outras formas de financiar investimentos. Entre elas a possibilidade de emitir novas ações para buscar recursos no mercado.

SPEs
Entre as ações de reorganização está o descruzamento de participações em SPEs como ocorreu recentemente com a Neoenergia onde a empresa ficou com 100% em Teles Pires e Baguari. A meta é encerrar o ano com 31 sociedades de propósito específico em sua estrutura. Atualmente são 74.

Sobre a Emae, estatal que o governo de São Paulo quer privatizar ainda será estudada. A Eletrobras possui 40% de participação. Já na UHE Belo Monte a disposição da Eletrobras não é de mexer em sua participação que já soma 49,98%, mais que isso a empresa seria obrigada a consolidar a dívida de R$ 27 bilhões em seu balanço.

Ferreira Jr ainda respondeu sobre a intenção do governo federal em tentar reverter a privatização da companhia. O executivo não entrou em polêmica, seguindo seu estilo mais sóbrio de tratar assuntos polêmicos. Ele comentou que a Justiça abre espaço para os questionamentos e que o papel da Eletrobras é o de ser transparente e compartilhar as informações que são requisitadas.

Sobre a informação de que o governo inclusive quer a destituição dele do cargo de CEO, comentou que ele foi eleito pelo Conselho da empresa e exerce a sua atividade conforme as responsabilidades que lhe foram designadas.

Lembrou ainda que a empresa vem investindo e privada vem cumprindo seu papel tendo como vitrine justamente o aumento dos aportes feitos até agora. E ainda, realizou aportes conforme estabelecido na lei visando a modicidade tarifária na CDE.