Em maio, o fundo de investimentos Delta Energia Strategy que é administrado pela comercializadora Zeta Energia do Grupo Delta completou quatro anos. Nascido com um aporte de R$ 800 milhões de apenas um investidor internacional, calcula ter apresentado uma rentabilidade de 67,5% desde 2019. Em 2022 esse índice foi o mais elevado com 71% e este ano já contabiliza alta de 17% no primeiro trimestre.
Segundo Pedro Nascimento, diretor da Comercializadora Zeta Energia, o mês de abril também foi positivo, mas como a empresa precisa seguir regras da CVM não poderia abrir o índice ainda. Ele relata que pelo fato de a comercializadora atuar com base em análise fundamentalista conseguiu, apesar das crises causadas pela Covid-19, seguida da crise hídrica de 2021 e dos preços de energia, posicionar-se de forma adequada para enfrentar os cenários adversos.
Segundo o executivo, 2022 foi, definitivamente, o ano de melhor performance. “Houve uma flutuação de preços significativa no mercado de comercialização de energia que propiciou movimentar e rentabilizar esse capital de forma muito positiva, fechando o ano com um retorno de 71%”, afirma.
A empresa não abre a sua estratégia, mas atua tanto no trade quando na comercialização da energia propriamente dita com geradores e consumidores.
“Isso gerou oportunidades e condições de aproveitar a mudança de cenário para nos posicionarmos com operações customizadas tanto com gerador e consumidor e usando sempre a base na análise fundamentalista”, comentou ele. “Temos analisado as alternativas e dada a oportunidade estrutural de preço baixo, acabamos entregando um portfolio de diversificação de produtos”, acrescentou ele.
As operações do fundo estão colocadas em um mix que varia entre prazos diferentes. Mais curtos com comercializadoras e médio e longo com consumidores. Roberto Costa Filho, diretor da Comercializadora Zeta Energia, lembrou que a análise dos fundamentos permitiu a antecipação desse cenário natural de preço baixo para estabelecer a estratégia e evitar o impacto sobre o patrimônio do fundo.
“A análise é diária e continua nos mostrando que seguimos com o cenário de sobreoferta de energia, temo o impacto de GD e centralizada com a expansão do mercado livre. Além disso, o consumo que não vem forte e o PIB mostram que a economia ainda anda de lado”, apontou o diretor.
Atualmente o patrimônio líquido do fundo está em R$ 1,3 bilhão. Esse valor, avaliam, coloca a comercializadora como uma empresa capitalizada e que permite posicionar no mercado para aproveitar as oportunidades de customizar operações olhando, inclusive, recebendo cotações de contratos de 4,5 a até 10 anos.
Até porque a tendência é de que os preços de energia fiquem baixos por mais um ano. Costa Filho destacou que diante o nível de armazenamento atual somado à carga e o El Niño que favorece a geração eólica do Nordeste, o deplecionamento deverá ser de 10 a 15 pontos porcentuais nos reservatórios ao longo do período seco. Por essa razão, a analise que fazem é de que até 2024 a probabilidade de preços é de patamares baixos.
Em 2017, o Grupo Delta Energia criou sua gestora de recursos, cujas operações contemplam a estruturação e gestão de fundos de investimentos em comercialização de energia com geradores, comercializadores e consumidores.
O primeiro fundo estruturado foi o CSHG Delta Energia em 2017, que captou R$ 1 bilhão e efetuou um volume médio anual de comercialização de 500 megawatts médios. Concluídas em 2022, as operações se deram por meio da comercializadora Beta Energia.
Em 2019, lançou o Delta Energia Strategy, com a captação de R$ 800 milhões, para o qual implementou a comercializadora Zeta Energia. No mesmo ano, foi estruturada uma operação de R$ 250 milhões com a Santo Antônio Energia por meio de um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC).