Em meio as discussões sobre transição energética, o Brasil não possui metas definidas para o desenvolvimento das fontes renováveis no futuro, uma importante frente para descarbonização das economias. A constatação foi feita pelo presidente da Absolar, Rodrigo Sauaia, durante uma audiência pública da Câmara dos Deputados na manhã dessa terça-feira, 9 de maio.
“Só o Brasil não fez suas metas de médio a longo prazo para as energias renováveis, o que sugiro que seja feito pelo Congresso Nacional e que faria o país ser o primeiro no mundo neutro na emissão de gases de efeito estufa na geração de energia elétrica até 2030”, comentou o executivo.
Ele lembrou que nos próximos anos começam as barreiras comerciais para os agentes e países que poluírem mais, com os produtos brasileiros estando sujeitos caso a transição esperada não aconteça em uma maior velocidade do que atualmente, o que beneficiaria a indústria, o agronegócio e os serviços a serem mais bem recebidos e competitivos no exterior.
Sauaia também trouxe dados de uma pesquisa do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), mostrando que só em 2021 foram R$ 118 bilhões de subsídios aos combustíveis fósseis no país, o que mostra o espaço fiscal que pode ser reequilibrado para construir um grande programa em favor da transição energética.
Outro pedido do executivo é a inclusão da tecnologia no Minha Casa Minha Vida para ajudar as famílias a economizarem na conta de luz e ampliarem seus orçamentos para maior qualidade de vida. “A solar pode trazer mais de R$ 86 bilhões em benefícios sistêmicos ao setor até 2031, reduzindo a conta de energia em 5,6%”, pontua.
Por fim o representante da solar salientou a sinergia dos painéis fotovoltaicos e sistemas de armazenamento para os sistemas e localidades isoladas, endereçando que um dos desafios recai em reduzir os impostos sobre as baterias, que atualmente representam 70% do custo desses equipamentos.