A experiência internacional é um passo importante a se observar se o país quiser ofertar o gás natural a preços mais competitivos. No escopo dessa análise estão a segurança jurídica e previsibilidade, fatores que são observados tanto para os Estados Unidos quanto – até mesmo – a Rússia, que seguem no ranking global de maiores produtores do insumo. O licenciamento ambiental é outra questão que requer um olhar especial.
Segundo Alexandre Messa, Diretor do Departamento de Infraestrutura e Melhoria do Ambiente de Negócios – DEINF Secretaria de Competitividade e Regulação, MDIC, para viabilizar o mercado de gás, são necessários quatro pontos fundamentais: programa para produção em larga escala; criação de mercado secundário; acesso não discriminatório à rede de dutos; e por fim, um programa de leilão de capacidade.
Os temas crescimento do mercado de gás natural, competitividade e a transição energética estavam no foco dos debates do primeiro dia do Seminário de Gás Natural, que aconteceu nesta quarta-feira, 10 de maio, no Rio de Janeiro.
Para Maurício Tolmasquim, diretor executivo de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras, o gás natural desempenha um papel importante no setor elétrico. Apesar do país passar por um bom momento com os reservatórios das hidrelétricas em bons níveis, tendo eólicas, solares e biomassa, é preciso ter térmicas para complementar a matriz, pois ajuda na transição energética.
“Era preciso percorrer esse espaço que ainda não tinha sido percorrido. Questionei se o gás entraria ou não na transição, mas o gás tem um nível de emissão menor que o carvão. De maneira geral, o desafio é continuar descarbonizar o processo. O processo de emissão da Petrobras é baixo em relação a outras empresa, graças ao pré-sal.”, destacou Tolmasquim.
Outro ponto destacado pelo executivo são os investimentos para o desenvolvimento do bloco exploratório BMC 33, na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro. A previsão é que a iniciativa aumente o protagonismo brasileiro na transição energética, a partir do início da produção, esperada para ocorrer em 2028. Segundo os cálculos, a estimativa é que a produção e exportação de gás, seja de 16 milhões de metros cúbicos ao dia (m³/dia), isso corresponde a 15% da demanda brasileira de gás.
Sylvie D’Apote, diretora executiva de Gás Natural, do IBP, acredita que as palavras chaves que pontuam o mercado do gás são diversidade e transição. No âmbito da diversidade é preciso ter um mercado com ofertantes e compradores. No entanto, é quase impossível investir na oferta sem conhecer a demanda. Já a área da transição pode englobar muita coisa, inclusive uma maior complexidade e como essas barreiras podem ser resolvidas para ir mais à frente.