A Aeris Energy registrou um prejuízo líquido de R$ 22,2 milhões no primeiro trimestre de 2023 (1T23). Segundo a companhia, o ano de 2022 foi marcado por desafios sem precedentes, com destaque para as disrupções nas cadeias de fornecimento de diversos insumos e para o aumento da inflação global e consequente elevação das taxas de juros. E tal cenário resultou no aumento do preço de instalação das principais fontes de energia renovável como eólica e solar, gerando prejuízos em toda a cadeia de valor e redução nos investimentos, justamente quando o crescimento destas fontes se faz mais necessário para permitir que a transição energética acelere, contribuindo também para o aumento da segurança energética em países que ainda são muito dependentes do uso de combustíveis fósseis importados
A receita operacional líquida atingiu os R$ 831 milhões no trimestre, um aumento de 27% quando comparado ao 4T22 e 54,9% quando comparado ao mesmo trimestre do ano passado. O crescimento se deu pelo avanço de 41,2% no volume de entrega de pás em MW equivalente, parcialmente compensando pela redução de 7,3% do preço médio de vendas em USD/MW. A unidade de negócios de serviços apresentou redução de 28,5% na receita líquida devido principalmente à sazonalidade do mercado dos EUA. Quando comparada à receita líquida de serviços no 1T22, houve crescimento de 110,5%.
Já o ebitda no 1T23 atingiu R$ 94 milhões um aumento de 17,5% quando comparado ao 4T22 e de 74,8% quando comparado ao 1T22. Nesse trimestre, as linhas de produção maduras geraram R$ 99 milhões de ebitda, com margem de 12,3%, reflexo tanto de uma melhor diluição dos custos fixos quanto de renegociações de preços concluídas no período.
O CEO da companhia, Alexandre Negrão, declarou em teleconferência com investidores que em 2022 a Aeris destinou 18,5% de market share para as Américas e eles pretendem ficar em 23% e 25% para esse ano projetando um aumento de demanda para esse mercado. “Consideramos esse mercado muito competitivo para a exportação e se mantivermos esse número de 25% lá em 2030 nós vamos estar falando de um crescimento substancial”, disse.
Ainda com relação ao 1T23, as despesas financeiras líquidas foram de R$ 89 milhões, uma variação de 1,3% em relação ao 4T22. Já a variação cambial líquida apresentou uma perda de R$ 15 milhões no trimestre, redução de 52,8% em relação ao 4T22. A alavancagem líquida, medida pelo indicador dívida líquida/ebitda, atingiu 3,2x, reflexo principalmente do aumento de R$ 232 milhões na dívida líquida. Segundo a companhia, o aumento reflete a redução de R$ 449 milhões da posição líquida de adiantamento de clientes, parcialmente compensada pela redução R$ 212 milhões nos estoques.
A posição de caixa da Aeris no encerramento no 1T23 foi de R$ 828 milhões. O saldo de obrigações financeiras com vencimento em 2023 é de R$ 255 milhões. A dívida bruta totalizou R$ 1,8 bilhão e apresenta duração média de 2 anos.
No 1T23 a companhia investiu R$ 28 milhões, que foram destinados ao aumento da capacidade produtiva nas estações de acabamento de pás a fim de balancear os gargalos produtivos na busca da redução do prazo médio de fabricação.
De olho cada vez mais na expansão da unidade de negócios de serviços, que apresentou crescimento das receitas de serviços de 110,5% no 1T23, a companhia projeta abrir novos mercados para tal unidade de negócios nos próximos períodos, reforçando a parceria entre a Aeris e os diversos players do setor. “Estamos investindo bastante na área de serviços por conta de ter uma demanda e giro muito altos e também uma consistência maior nas margens. Estamos muito confiantes que essa parte de serviço vai ganhar bastante escala e também margem nos próximos anos e isso é super importante. Vamos continuar de olho nessa parte e dos incentivos que foram colocados nos países e isso vai se traduzir em demanda”, finalizou o CEO da companhia.