A Petrobras poderá participar com termelétricas flexíveis dos eventuais leilões de capacidade que acontecerem nesse ano, disse o diretor executivo de Transição Energética e Sustentabilidade da companhia, Mauricio Tolmasquim, durante teleconferência ao mercado na tarde dessa sexta-feira, 12 de maio. “Vamos avaliar e atuar quando for necessário no mercado termelétrico”, pontuou o dirigente, afirmando que esse tipo de geração é fundamental para o processo de descarbonização do Brasil, já que tem como função atuar como uma espécie de backup para a inserção maior das renováveis intermitentes.

Tolmasquim também destacou o choque de oferta de gás que a estatal pretende imprimir no mercado, baseado em investimentos de US$ 5,2 bilhões em três projetos já aprovados e anunciados: Rota 3 pra escoar o gás do pré-sal, BNC 36 operado pela Equinor e os projetos de Sergipe. “Além disso tem ainda U$$ 6 bilhões de dólares em aportes para óleo e gás que certamente irão gerar mais oferta”, complementa.

Outro plano da companhia é a participação ainda nesse ano dos processos de chamada pública com outras distribuidoras para o fornecimento de gás iniciado em 2024, atuando de forma competitiva e com garantia de entrega do insumo, cujo índice atingiu 100% de confiabilidade com os clientes em 2022. “É ter uma estratégia de venda que garanta ganho em espaço de mercado”, avalia.

Perguntado sobre o tema transição energética, o presidente Jean Paul Prates relatou, a partir de conversas com CEOs de várias empresas e corporações, que está se formando um consenso e tendência de abordagens sobre o tema, que passa por um trade off com os acionistas, no sentido de sinalizar que os recursos irão começar a entrar em um novo túnel de investimentos.

“Uma empresa de petróleo que faz a transição precisa se ressignificar e transformar-se completamente num certo período, até ter uma operação completamente nova. Pode ser que no início não seja tão interessante quanto outros projetos que estão acontecendo, mas que um dia irão terminar”, comentou Prates, afirmando que assim como o país conseguiu ter o petróleo mais rentável do mundo também poderá fazer o mesmo com os novos produtos do futuro.