O novo bipolo do Nordeste, que está em estudo pela Empresa de Pesquisa Energética, deverá ter investimentos de até R$ 30 bilhões. Em conversa com jornalistas sobre o Planejamento da Expansão da Transmissão e a Integração das Fontes Renováveis, Thiago Dourado, superintendente de Transmissão da EPE, revelou que o bipolo sairá do Rio Grande do Norte e poderá ter como destino final as regiões Sudeste ou Sul. Segundo Dourado, esse novo ativo de transmissão terá uma tecnologia mais moderna e a sua capacidade ainda está sendo avaliada. O estudo final será apresentado no segundo semestre.
No último dia 5, o ministro Alexandre Silveira anunciou investimentos de R$ 36 bilhões em transmissão em 2023, divididos em dos leilões. O primeiro, em junho, irá reunir R$ 16 bilhões e o segundo, R$ 20 bilhões. Para 2024, está previsto ainda mais um certame com investimentos de R$ 20 bilhões. Os leilões de 2023 e 2024 irão viabilizar a infraestrutura de acesso a 30 GW renováveis.
Durante o encontro, Dourado salientou que o sistema do Nordeste fica congestionado, com excesso de fluxo de energia, o que justifica a criação de um corredor que direcione parte da energia para o Sudeste/ Centro-Oeste. A tecnologia Voltage Source Converter deverá ser usada. Segundo ele, é importante frisar que o empreendimento não será algo apenas para o Nordeste mas sim para o Brasil todo, uma vez que a robustez na transmissão viabiliza a integração das renováveis, mais competitivas no preço. “As obras vão viabilizar o escoamento mesmo em situação mais extremas, é importante para a segurança energética do país”, explica.
Sobre o atual momento da transmissão, Dourado revelou que não serão feitos estudos adicionais sobre o tema, ele também ressaltou a importância da limpeza de dados, com o expurgo da base de contratos que não vão conseguir ser implantados para que as informações se atualizem e racionalizem o acesso às redes. “A limpeza da base é fundamental para tudo, é a ação zero”. Esse movimento abre novas margens de transmissão para viabilizar novos empreendimentos no curto prazo. Seriam cerca de 20 GW de capacidade em questão.
Outro ponto destacado por ele é que a conexão sempre será escassa, com a demanda sendo maior que a margem de acesso. Para ele, o momento é de otimização da infraestrutura planejada e da efetividade do procedimento de competição por margem.