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Os preços de energia com a abertura do mercado para o período de 2025 a 2030 mostram uma tendência de retração diante da atual oferta e da expansão prevista nos próximos anos. A estimativa apresentada pela PSR no primeiro dia do Greener Summit 2023, realizado em São Paulo, é de que o valor possa chegar a um patamar médio de R$ 85 por MWh para o produto convencional no submercado Sudeste para os cinco anos indicados. Esse é o cenário caso se confirmem a continuidade da MMGD, a oferta do ACL e ainda sejam viabilizadas parte das térmicas da Lei 14.182, que permitiu a privatização da Eletrobras.

O gerente de Projetos da consultoria, Mateus Cavalieri, disse que esse último item dificilmente será viabilizado em sua integridade. Ele acredita que dos 8 GW contidos na lei apenas 2,8 GW realmente sejam implementados por estarem em locais próximos a gasodutos já existentes. “O aumento da oferta com as térmicas, a expansão da MMGD e o mercado livre trarão uma pressão baixista nos preços”, avaliou ele.

Com isso, o cenário com o qual a PSR trabalha é de oferta com a expansão do mercado livre, liderados pela solar e eólica, que deverão acrescentar 15,4 GW em novas usinas até 2027. Com isso o preço médio ficaria na casa de R$ 90 por MWh para o produto convencional no Sudeste para o período de cinco anos. A faixa ainda está abrangida pelos limites de R$ 84 por MWh no valor mais baixo e de R$ 96 por MWh no mais alto.

O executivo lembrou que os preços do caso de referência para o período em análise estão em R$ 150 por MWh em média tomando para premissas o deck do PMO de janeiro de 2023, ENA de 86% da MLT, o volume de MMGD existente, demanda com crescimento da ordem de 2,8% ao ano e uma economia que cresce em 2,5% no longo prazo

Contudo, disse Cavalieri, apesar desses preços mais baixos que as renováveis atualmente praticam, ao se considerar o LCOE das fontes solar e eólica você alcança R$ 220 a R$ 250 por MWh. Para ele, esse é um cenário desafiador quando avalia o mercado atual e a manutenção da rentabilidade dos novos projetos. Mas, disse ainda que a abertura do mercado pode ser uma oportunidade para investidores uma vez que com a alta tensão é projetado um ritmo de migração de 2 GW médios em 2025, aumentando progressivamente para 8,6 GW médios em 2030.

“A tendência é de cada vez mais o fator de carga seja mais baixo e assim leva a prêmios mais altos, da ordem de R$ 60 a R$ 70 por MWh. Para um PPA de R$ 225 já faz sentido”, apontou ele. Os desafios que os investidores enfrentarão são, claro, a competição, a gestão de clientes e a automatização da operação.

Agora quando o tema é a abertura da baixa tensão, o potencial de migração é muito maior podendo chegar a 25 GW médios a partir de 2030. E o desafio é maior ainda por envolver milhões de consumidores na base e a adoção do Energy as a Service.

A situação da GD compartilhada pós lei 14.300 é que se complica. “Vemos grandes dificuldades dos projetos competirem com o mercado livre”, destacou, mas não decreta o final desse mercado, mas que a GD local com alta simultaneidade é que deve prevalecer no futuro.