A Omega Energia celebrou acordos definitivos com a Apolo para investimentos e implantação de projetos de geração distribuída solar. Os aportes serão realizados pela integralização de ações de emissão para constituição de uma nova holding, sendo até R$ 58,5 milhões vindos da Omega, que terá participação de 69,95% do capital social e cuidará de toda parte comercial cobrando um percentual sobre o valor vendido da energia, além de R$ 25,5 milhões oriundos da Apolo, que terá 30,05% dos papéis remanescentes.
Cerca de R$ 140 milhões iniciais farão frente à aquisição, estruturação e construção de seis plantas totalizando 19,5 MWp em nova capacidade. A primeira usina deve ter as obras iniciadas na próxima semana no interior de São Paulo, com essa primeira fase acontecendo majoritariamente na região Sudeste para depois a empresa partir para Nordeste e Centro-Oeste. Os ativos são de até 5 MW, todos protocolados na janela regulatória que ia até 7 de janeiro desse ano.
“Isso não quer dizer que não vamos fazer outros projetos já na curva de aumento dos encargos, pois alguns tipos de clientes e regiões são convenientes para a GD mesmo após a essa janela”, pontuou o CEO da companhia, Antônio Bastos, durante teleconferência ao mercado nessa sexta-feira, 19 de maio. O primeiro contrato de EPC foi fechado com a Weg e os painéis e trackers virão da Canadian Solar, com as plantas devendo ter fatores de capacidade entre 29% e 32%.
Expansão
O acordo contempla também novas fases de investimentos, prevendo mais 121,6 MW nos próximos meses conforme aprovação dos acionistas, o que elevaria os aportes em ações da nova empresa em até R$ 263 milhões, e o recurso total empreendido pela holding em aproximadamente R$ 800 milhões. Os ativos deverão estar integralmente operacionais ao longo de 2024, com a Omega utilizando seu fluxo de caixa adicional de outros negócios para alocação de recursos à GD. Cerca de 60% dos projetos serão financiados via BNDES, BNB e Sudene.
Bastos ressaltou que o foco das vendas será nas empresas, e que conforme faça sentido poderá haver uma expansão no futuro para o varejo total, não só no Brasil como no Texas, onde a companhia está avançando com sua plataforma digital que também é oportunizada para o mercado livre. “Queremos ter participação relevante em GD remota e ser top 3 no geral da modalidade nos próximos anos, cobrindo todo universo de clientes”, aponta.
Questionado sobre seus diferenciais perante um mercado competitivo, o CEO destacou a plataforma digital como um hub para a comercialização e serviços, além da questão de diminuir os custos mesmo com um preço de venda maior que no mercado livre, chegando a R$ 500/MWh e levando uma equação de valor e economia interessante aos clientes. “Nós somos a companhia que produz a energia que oferece, tendo lastro e conforto ao consumidor a partir de uma base de ativos relevante”, complementa.
Por fim, o executivo salientou que em termos de prazo de contrato a expectativa é manter os clientes em uma média de dez anos, ainda que os acordos não possuam datas definidas, com o consumidor migrando da distribuidora e passando a ter um contrato amplo de fornecimento. Já em relação a liquidez do negócio, foi citado um mecanismo em que se houver algum tipo de desalinhamento ao longo tempo é possível que as partes separarem os ativos na proporção de participação, de 70% e 30%.