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Apostando no hidrogênio verde e em derivados com a amônia, a Voltalia elege a integração dos stakeholders – pela complexidade do processo – como fator preponderante para o êxito desse mercado no Brasil. Na última semana, a empresa assinou com o governo do Ceará e o Porto de Pecém um memorando de entendimento para impulsionar o Nordeste na produção e exportação do energético. Em entrevista exclusiva à Agência CanalEnergia, o CEO da Voltalia, Robert Klein, frisou que além do setor de energia, as áreas governamental, industrial e de recursos humanos deverão estar em perfeita sintonia. “Tudo vai depender da nossa capacidade de fazer que todos os músicos de uma orquestra consigam tocar de uma forma agradável”, explica.
O executivo vê o governo disposto a não ‘desafinar’ nesse concerto. A expectativa é que este mês seja lançado o Plano Trienal de Ação do Programa Nacional do Hidrogênio. Klein também classifica como positivas as iniciativas do Consórcio Nordeste e de parlamentares em prol do H2 verde. Para ele, há a percepção pelos agentes públicos da oportunidade que o energético trará para a região, uma vez que o maior investimento será em parques eólicos e solares.
O CEO da Voltalia se mostra animado e acredita que o hidrogênio poderá ser uma janela para uma nova industrialização do país. Conhecido por ter uma matriz predominantemente renovável, o H2 Verde poderá fazer com que o Brasil permita que outros países também sejam assim. ‘Temos essa oportunidade agora de contaminar positivamente o mundo, vamos poder exportar nossa matriz limpa”, aponta.
Para Klein, o H2 verde ainda precisa superar barreiras globais e locais. Nas globais, ele destaca a escala, limitada pela baixa capacidade dos eletrolisadores. “Estamos vendo muitos projetos. Há a demanda, mas par satisfazê-las tem o desafio tecnológico de escala no mundo inteiro”, ressalta. Já no Brasil, é preciso que se assegurem contratos para exportação, além da assertividade da articulação perante o mercado internacional em prol das demandas. O CEO da Voltalia também lembra que será preciso incrementar a infraestrutura da transmissão.
Para produzir o hidrogênio e subprodutos como a amônia verde, o executivo aposta nas atuais renováveis do Brasil. Para ele, a fonte eólica offshore, que é apontada por muitos como uma viabilizadora do novo energético, ainda não tem vez no país, por ter um preço alto e o país ter centenas de gigawatts em terras, o que economicamente faria mais sentido. “Não conseguimos achar a equação que nos convença que o offshore faria sentido tanto para energia para ser consumida ou para energia para catalisadores”, comenta.
Outro ponto que ele salienta em prol da continuidade das plantas em terra é o engajamento alcançado com a comunidade. Em Serra do Mel (RN), onde a geradora é um dos principais players, a Voltalia desenvolveu projetos sociais com resultados expressivos. O IDH da cidade potiguar cresceu 20% desde 2006.
Sobre a mão de obra, o executivo ressalta que além da necessidade de capacitação para o H2 verde e derivados, a arregimentação para as energias renováveis não pode arrefecer. “Talvez o gargalo seja mais nas renováveis que no hidrogênio em termos de números”, observa.