O Governo de SP, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), começou a estruturar o plano estadual de energia 2050, com diretrizes para o incentivo a projetos de transição energética e à redução de emissões de gases de efeito estufa no Estado. A expectativa é que o PEE seja concluído até o fim do ano e já foram identificados, pela InvestSP, 21 projetos em andamento, que somam investimentos privados de R$ 16,8 bilhões.

Dos 21 cerca de 14 são na área de energia, três no setor automotivo e de máquinas e equipamentos, dois em tratamento de resíduos, um em mineração, metalurgia e metalmecânica e um focado em comércio e serviços. Ao todo, os empreendimentos têm potencial de fomentar 4.519 empregos diretos.

São Paulo sai em vantagem dado seu contexto estrutural, com 58,5% da matriz energética renovável, superando as marcas do país, 47,7%, e do mundo – apenas 14,1%, segundos dados dos balanços energético nacional e do Estado de SP, ambos de 2022. Com uma economia pujante, São Paulo responde por mais de 30% do produto interno bruto e ocupa posição de destaque no setor de energia no país. Hoje, o estado é um grande consumidor de energia elétrica e também o maior produtor de etanol e ocupa o primeiro lugar em termos de potência instalada de geração distribuída de energia solar fotovoltaica.

Já o potencial de produção de biogás corresponde a mais do que o dobro do consumo paulista. É o segundo maior produtor de petróleo e gás natural, com projetos de novas plataformas, ampliação de desenvolvimento de campos e poços pioneiros com alto potencial de sucesso na Bacia de Santos, em áreas próximas ao Estado. Além disso, a produção de hidrogênio mostra-se promissora em território  paulista.

Diante deste cenário, São Paulo torna-se atrativo para investimentos sustentáveis capazes de reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa (GEE). Um processo que passa pela melhoria de eficiência energética de máquinas e equipamentos, ou pela descarbonização do setor de transporte, com substituição de óleo diesel por gás natural, mirando o biogás, ou, ainda, por meio da eletrificação, para citar dois exemplos.

O plano foi dividido em duas fases, sendo a primeira com cinco eixos estruturantes (meio ambiente, social, infraestrutura, regulação e mercado) e 12 áreas de atuação. São elas: eficiência energética; disponibilidade hídrica e múltiplos usos; projetos híbridos; redes inteligentes; recursos energéticos; biomassa, biocombustíveis e resíduos; petróleo, gás natural e derivados; eólica offshore; hidrogênio; eletromobilidade; mudanças climáticas; e mecanismos de mercado. Tudo dentro de quatro vetores de transformação: descarbonização, descentralização, diversificação e digitalização.