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Com a meta de ter 50 mil unidades até o fim do ano, a climate tech voltada para GD Compartilhada Nextron recentemente fechou acordo com a Atua Energia para a construção de usinas solares. Atualmente a parceria já está no Rio Grande do Norte, Paraíba e Minas Gerais. Até o final do ano, a expectativa é de que esteja no Rio de Janeiro, Bahia, Ceará, Maranhão e Piauí. Em 2024 será a vez de Pernambuco, Sergipe, Alagoas e Goiás, Já em 2025, a meta é chegar nos 100 mil clientes e estar em 12 estados. A Atua tem um portfólio próprio de 264 MWp e estão investindo R$ 1 bilhão nessa carteira.
De acordo com o CEO e fundador da Nextron, Ivo Pitanguy, a parceria vai democratizar o acesso à energia sustentável aos pequenos negócios e às famílias em suas residências. “Fechamos a parceria para ser a plataforma de gestão e trazer rentabilidade para as usinas que eles estão investindo”, explica.
O CEO conta que o foco da Nextron será em clientes que tenham consumo de energia acima de R$ 150 por mês e que estejam no grupo B. Hoje, a Nextron já tem mais de 40 funcionários e no ano passado consegui em uma rodada seed levantar junto a investidores cerca de R$ 13 milhões para aceleração.
Pitanguy elogia as mudanças em prol da GD que foram feitas nos últimos anos. Para ele, a segurança jurídica trazida pela lei possibilitou avanços para os investidores, que passaram a investir com mais previsibilidade. Com um alto número de projetos em construção, o setor tem atraído capital. “Hoje estamos vendo CRIs, debêntures e FIDCs saindo para a modalidade. Vários instrumentos do mercado de capital que antes não tinha um conforto necessário para poder investir”. comenta.
Outro ponto que a lei trouxe e que o executivo considerou positivo foi a operacionalização da geração compartilhada, colocada no seu entender de uma forma clara, com os prazos necessários às distribuidoras processarem os créditos e a permissão para que pessoas físicas e jurídicas participassem de um mesmo consórcio, além da vedação da comercialização de energia. O novo olhar para a distribuidora, que com a remuneração do fio deixa de ser vista como natural perdedora no processo. Ele acredita que as distribuidoras ainda precisam se organizar internamente para operar a GD no Brasil, atendendo aos consumidores e geradores.
A GD compartilhada ainda tem um desempenho inferior na comparação com os sistemas tradicionais, localizados nos telhados das residências. O quadro se altera apenas em Minas Gerais. Pitanguy considera o estado do Sudeste um case, porque conseguiu aglutinar uma série de fatores que acabar se tornando vantagens para o mercado da categoria compartilhada. Desde a infraestrutura de redes já existente até a disponibilidade de áreas para construção de plantas, passando pelo alto potencial solar da região norte e a política de incentivos elaborada pelo governo local.
A concessão da Cemig cobrir quase a totalidade do estado também auxiliou no êxito. “Todos esses fatores contribuíram um pouco para que tivesse uma explosão grande em Minas Gerais”, avalia. Para ele, no curto prazo outros estados também deverão passar por um aumento no número de conexões compartilhadas.
O conhecimento sobre a GD compartilhada ainda é incipiente, o que torna necessário um trabalho de educação com os potenciais clientes. Pitanguy compara a quebra de paradigma com dos aplicativos de transporte, quando o fator econômico e a simplificação do serviço se sobrepuseram. “A gente precisa educar o consumidor. É um negócio muito inovador. Ninguém pensa em comprar energia”, aponta.