O consumo nacional de eletricidade teve aumento de 3,4% em abril, de acordo com dados da resenha Mensal do Mercado de Energia Elétrica. A taxa é a maior desde outubro de 2021. Entre os segmentos de consumo, a classe residencial teve o maior aumento de 6,1%, com a comercial em seguida, com 3,1% e a industrial com variação de 2,1%. No acumulado em 12 meses o consumo nacional teve alta de 1,9% em relação ao mesmo período do ano passado. O mercado cativo teve aumento de 2,2% no consumo, enquanto o mercado livre registrou subida de 5,3%.
Na classe residencial, as temperaturas mais elevadas, programa de redução de perdas de distribuidoras, reclassificação de consumidores e menores tarifas favoreceram o amento de consumo no segmento. Além da adoção da bandeira verde, houve a redução de impostos, enquanto em abril de 2022 vigorou até o meio do mês a tarifa de escassez hídrica, com cobrança majorada. Todas as regiões tiveram aumento no consumo, sendo que o maior destaque foi a região Sul, com variação de 20%; seguida pelo Norte, com 8,8%; Nordeste, com 6,4%; Centro-Oeste, com 5,3% e Sudeste com alta de 1,4%. Os únicos Estados que tiveram queda no consumo foram: Rio de Janeiro, com baixa de 10,4%; Rio Grande do Norte, com recuo de 1,4% e Mato Grosso, com queda de 1,2%.
A classe comercial chegou a 8.491 GWh de consumo. O efeito base baixa em abril de 2022 pode ter contribuído para a elevação do consumo. O fim do estado de emergência sanitária por conta da covid só foi decretado na penúltima semana de abril do ano passado. O bom desempenho do setor de serviços e de vendas do varejo impulsionou a expansão do consumo da classe. Os últimos dados da Pesquisa Mensal de Serviços, produzida pelo IBGE mostram que esse setor teve alta de 6,3% em março de 2023, em comparação ao mesmo mês de 2022. O setor de transportes, de informação e comunicação, serviços profissionais, administrativos e complementares e dos serviços prestados às famílias, com destaque para o setor de turismo, foram os que mais podem ter influenciado no aumento do consumo. Todas as regiões tiveram crescimento do consumo de energia elétrica da classe.
No segmento industrial, Nordeste, com alta de 19,2% e Norte, com crescimento de 13,6%, foram as
regiões com maior crescimento. No sul, a variação chegou a 2,9%, mas no Sudeste e no Centro-Oeste houve retração, de 3,5% e 1%, respectivamente. Embora a classe tenha elevado o consumo, 20 dos 37 setores monitorados apresentaram retração, quatro deles entre os dez mais eletrointensivos da indústria. Metalurgia, com aumento de 7,4%, liderou a expansão no consumo. Com aumento de 6,8% também se destacaram a extração de minerais metálicos exportações de minério de alumínio e minério de cobre e a fabricação de produtos alimentícios, que teve variação positiva de 3,2%.