O CEO da Neoenergia, Eduardo Capelastegui, afirmou em Brasília que as distribuidoras estão trabalhando com o Ministério de Minas e Energia na construção de um modelo de renovação das concessões que seja bom para o setor elétrico, o Brasil e a iniciativa privada. Mas lembrou que as empresas tem relações financeiras com os bancos e com os acionistas, e, obviamente, o negócio tem que ser equilibrado e se sustentar no tempo.
“O segredo é conseguir combinar um pouco essas variáveis. A variável social, a variável de qualidade e a variável do equilíbrio econômico-financeiro das concessões. E eu confio que vamos chegar a um fim”, reforçou nesta quarta-feira, 31 de maio, após a formatura de mais uma turma da Escola de Eletricistas da Neoenergia. A cerimônia aconteceu no auditório da Confederação Nacional da Indústria.
O MME já anunciou que vai lançar consulta pública após o dia 20 de junho para discutir as regras de prorrogação dos contratos de distribuição com vencimento nos próximos anos. Capelastegui destacou que a proposta está em processo de construção com as empresas, e há uma boa comunicação e uma atitude de diálogo por parte do ministério.
Sobre a exigência de contrapartidas sociais anunciadas pelo ministro Alexandre Silveira, ele comentou que tanto para a iniciativa privada quanto para o MME, a renovação tem que ter um programa social muito forte, e a questão social vai ser um ponto principal da renovação dos contratos.
Uma questão que ficou muito clara, em sua avaliação, é a melhoria da qualidade do serviço, mas o executivo destacou que isso já acontece de forma contínua, quando a Agência Nacional de Energia Elétrica estabelece para as distribuidoras metas cada vez mais exigentes para os indicadores DEC e FEC, que medem a duração e a frequência das interrupções no fornecimento de energia elétrica por conjuntos de consumidores. Para Castelastegui, esse processo vai continuar com a prorrogação.
Formação de eletricistas
A nova turma de eletricistas formada pelo Senai para compor o quadro de profissionais da Neoenergia Brasília é composta por 11 mulheres e 13 homens. O CEO lembrou que a cerimônia de hoje é a sexta da qual participa, e parte de um esforço para alcançar o equilíbrio não apenas de gênero, mas também de raça nos quadros da empresa.
Os profissionais são contratados e passam a compor o quadro próprio das cinco distribuidoras do grupo, o que traz impactos positivos na segurança, com a redução do número de acidentes com trabalhadores na rede. A terceirização dos serviços, segundo o executivo, está limitada atualmente à parte de construção, e a experiência nos últimos cinco, seis anos, mostra melhoria na eficiência dos investimentos e na segurança.
“Eu não posso garantir, apesar que a gente pressiona, que a empreiteira tenha o nível de excelência que nós queremos ter na parte de segurança. Se está na nossa mão, com nossos eletricistas, aí é mais fácil.”
Participaram da formatura a socióloga e primeira-dama Janja Lula da Silva e a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves; o secretário de Planejamento e Transição Energética do MME, Thiago Barral; o diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa; além da diretora da Neoenergia e presidente do Conselho de Administração do Operador Nacional do Sistema, Solange Ribeiro.