O governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro, criticou ao desempenho da Light, distribuidora que atende a capital e a maior parte da região metropolitana do estado. Castro reconheceu os problemas enfrentados no tocante ao furto de energia, mas fez uma comparação com as concessionárias de água e esgoto que assumiram em 2021. De acordo com ele, em um ano de concessão, já foram feitas recuperações significativas em locais de havia gatos de água, como condomínios.

“A Light precisa se modernizar para que ela tenha receitas de locais onde a operação seja de fácil agregação. Não adianta ficar chorando ao invés de resolver a outra parte do problema que poderia resolver”, explicou em entrevista jornalistas durante o Fórum de Líderes em Energia no Rio de Janeiro (RJ), nesta quinta-feira 1º de junho.

Segundo Castro, a Light teve uma grande rotatividade de presidentes, que não conseguiram melhorar os índices da infraestrurura da empresa, o que também contribui para o atual retrato da distribuidora. Ele reconheceu a responsabilidade do governo estadual na incapacidade da distribuidora em avançar em áreas conflagradas, sob domínio de traficantes e milicianos, mas ressalta que não é o único culpado. “A culpa é compartilhada”, admite.

O governo fluminense quer ter uma interação maior com as distribuidoras do estado. O governador quer definir com a Light e Enel Rio o direcionamento dos investimentos na regiões que mais apresentarem crescimento, de maneira a fortalecer as duas partes. A Agência CanalEnergia já havia revelado que a equipe de Castro quer participar do processo de renovação das concessões na distribuição, apresentando contribuições sobre as definições de investimentos.

A situação da Light também foi abordada pelo diretor-geral da Agencia Nacional de Energia Elétrica, Sandoval Feitosa. A holding, que abriga a distribuidora, entrou com pedido de recuperação judicial no último mês de maio, após dívidas de R$ 11 bilhões. Em meio a esse processo, a distribuidora quer antecipar a renovação do seu contrato de concessão. Feitosa não identificou irregularidade no pedido da holding, visto por muitos como burla, já que distribuidoras não podem pedir RJ. A Aneel foi intimada pela justiça a se manifestar perante o caso. De acordo com Feitosa, a Light tem cumprido todas as obrigações setoriais e que observa a prestação do serviço. “Não há irregularidade nesse aspecto”, avisa.

A agência pediu à Light um plano de ação, que está sob avaliação da área de fiscalização. Caso o plano seja descumprido, a fiscalização encerraria o acompanhamento e comunicaria à diretoria. O diretor da Aneel reconhece que a área de concessão é complexa, mas lembra que em 2021 foi feita a metodologia de revisão da Light e no ano seguinte houve a revisão e não houve questionamento. “Sob a nossa ótica, a tarifa da Light está equilibrada, salvo análises que possam ocorrer depois. Hoje não há problemas que mereçam uma revisitação”, aponta. Há um processo dessa categoria em análise na agência.