Nesta quinta-feira, 01 de junho, houve a realização de audiência pública sobre o processo de transformação da Copel em companhia de capital disperso e sem acionista controlador. O diretor de desenvolvimento de negócios da empresa, Cássio Santana, afirmou que a potencial oferta de ações deverá ser realizada até outubro deste ano.

A operação será executada na modalidade de oferta pública de distribuição de ações ordinárias e veda que qualquer acionista ou grupo de acionistas exerça votos em número superior a 10% das ações ordinárias da Copel (True Corporation). Além disso, será criada a ação preferencial de classe especial, onde será de propriedade do Estado do Paraná e conferirá poder de veto nas deliberações da assembleia geral (Golden Share).

O executivo destacou que a Copel é uma das maiores empresas integradas de geração, transmissão, distribuição e comercialização, com atuação em 10 estados brasileiros. Em números, hoje a companhia apresenta 5 milhões de clientes no setor de distribuição, possui 6,7 GW de capacidade instalada em geração, um RAP de R$ 1,4 bilhão em transmissão e possui 18.607 GWh vendidos nos 9 primeiros meses de 2022 no mercado livre de energia.

Santana afirmou durante a audiência que a concessão da principal usina da Copel (Foz de Areia) vence em 2024. E diante deste cenário, o processo de transformação da companhia em True Corporation tem que ser concluído pelo menos 12 meses antes de 21 de dezembro de 2024 para que a concessão da usina possa ser renovada por 30 anos, conforme decreto Nº.9.271.

As usinas da Copel somadas possuem cerca de 62% da capacidade instalada da companhia, com 4,2 GW. Sendo Foz do Areia (UHE GBM) com 1.676 MW, Segredo (UHE Ney Braga) com 1.260 MW e Salto Caxias (UHE José Richa) com 1.240 MW de capacidade instalada.

Segundo Cássio Santana, ao transformar a Copel em corporação o objetivo é manter a competitividade para beneficiar o cliente paranaense e ter o mesmo modelo de empresas como a Vale, Embraer e Eletobras.

Ele ainda destacou as principais características da corporação, como não ter outro controlador definido, limitação de voto (máximo 10%), assegurar investimentos mínimos na Copel Distribuição visando garantir a qualidade dos serviços prestados aos clientes do estado e a manutenção do nome Copel e a sede no Paraná. Santana também afirmou que houve um acordo coletivo aprovado pelos funcionários em janeiro desse ano, onde todos os direitos estão garantidos, conforme a legislação e o acordo de trabalho entre a empresa e os empregados.

Segundo o executivo, com a transformação em corporação e redução de participação do Governo tanto o cliente, o Estado e os funcionários serão beneficiados. “A tarifa não será afetada pela operação, pois a regulação é federal e segue a mesma feita pela Aneel. É importante lembrar que o Estado continuará como acionista relevante e seguirá recebendo dividendos”, disse.

Quando questionado sobre outros processos de privatização onde é possível observar a perda de qualidade no nível de serviço ao cliente, Cássio afirmou que na Copel será diferente pois a lei nº 21.272/22 determina que a companhia mantenha seu nome e permaneça e siga investindo no Estado. “A lei aprovada estabelece ao Estado uma posse exclusiva de uma Golden Share que é uma ação de classe especial por intermédio da qual o Governo garante patamares de investimento na operação e assegurar que a prestação de serviço ao consumidor paranaense seja mantida em nível de qualidade excelente. Então a Copel Paraná passará a contar com a empresa de energia mais forte, competitiva e com maior capacidade de investimentos”, explicou.

Durante a audiência pública, foram destacadas as vantagens esperadas com o processo para a Copel, como:
– Aumento da competitividade da Copel;
– Flexibilidade para gerenciar contratações de fornecedores;
– Aprimoramento da governança;
– Maior eficiência para realizar investimentos; e
– Melhor acesso à fontes de financiamento.

Já do lado do Estado do Paraná, as vantagens são:
– Maior arrecadação para o Estado;
– A venda das ações vai gerar orçamento disponível para saúde, segurança e educação;
– Mais empregos na região;
– Maior qualidade de infraestrutura; e
– Mais competitividade.

Santana ainda ressaltou que a estratégia de negócio da Copel continua em focar em ativos de energia. “A Copel seguirá como importante companhia integrada atuando em geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia e com um compromisso de crescimento em energias renováveis. Iremos buscar inovação e novos serviços para melhor atender o cliente e tudo isso mantendo o nosso nome, qualidade na prestação de serviço a partir do estado do Paraná com atuação nacional”, finalizou o executivo.