Levantamento realizado pela Redirection International mostrou que o volume de fusões e aquisições (M&A) envolvendo empresas de energias renováveis cresceu 58% no Brasil em 2022 em relação a 2021, passando de 31 para 49 transações. O bom desempenho do segmento de renováveis acompanha os resultados das atividades de M&A no setor macro de energia, que registrou crescimento de 81% no ano passado, o maior dos últimos quatro anos, com 114 operações, contra 63 em 2021.
Segundo o diretor da Redirection International, João Caetano Magalhães, esse é um momento interessante para negociações de energia renovável, com mega deals, startups e projetos em diferentes fases de implantação e operação no Brasil. Ele ainda destacou que existem grandes grupos internacionais buscando vender ativos locais e grupos nacionais recalibrando seus portfólios, além dos fundos de investimento que estão bastante ativos no setor
O estudo mostrou que a participação da vertical de renováveis tem crescido em relação ao setor macro de energia nos últimos anos, tendência que deve se manter no futuro. Somente nos cinco primeiros meses de 2023 foram registradas 16 transações envolvendo empresas de energia renovável, mais de 50% do total de operações realizadas na área de energia, que chegou a 25 neste ano até o final de abril.
Para 2023, a expectativa é que as atividades de M&A sigam em alta no mercado de energias renováveis. Entre as negociações em andamento, o levantamento da Redirection International destaca a busca de um sócio estratégico ou financeiro da Eneva para sua plataforma de ativos de energia renovável.
Magalhães também afirmou que o aumento no volume de negociações envolvendo empresas de energias renováveis é reflexo do bom desempenho do setor como um todo, que responde por mais da metade da matriz energética brasileira. Segundo informações da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), a geração hídrica é responsável por 49,8% de toda energia gerada no Brasil. Em seguida está a geração solar fotovoltaica, com 13,1%, e a eólica com 11,5%. A geração a partir de biomassa ou biogás ocupa a quinta colocação na matriz energética, representando 7,6% do total.