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Resultado da parceria entre a MDC e a Marquise Ambiental, a GNR Fortaleza completa 5 anos e tem a expectativa de aumentar a produção da planta para 108 mil m³ de biometano/dia, alcançando 39 milhões de m³ por ano, uma vez que possui o biogás do aterro disponível para garantir esse suprimento.
Segundo a companhia, considerando a atual compressão diária em torno de 90 mil m³ por dia de biometano, esse acréscimo de produção seria em torno de 20%. “Caso ocorra, uma das opções é negociar o gás adicional com a própria Cegás, que já manifestou interesse, ou mesmo ofertar o biocombustível no mercado livre, que está se consolidando e pode ser uma alternativa”, disse a empresa.
Para os próximos anos, a expectativa é que o mercado de biogás e de biometano conquiste ainda mais adeptos. Segundo as projeções da Associação Brasileira do Biogás (Abiogás), a produção nacional de biometano deve alcançar 30 milhões de m³/dia até 2030, muito estimulado pelas políticas governamentais e pela crescente demanda global por fontes de energia mais limpas e sustentáveis.
De acordo com GNR, outro ponto favorável são as sinalizações do governo que indicam interesse em contribuir com o desenvolvimento desse mercado, considerando a sinergia de duas grandes diretrizes, como o processo de reindustrialização e pauta de descarbonização. Iniciativas de interesse global e que devem ajudar a pavimentar um caminho de incentivo à produção e regulação do setor.
“Diante dessas perspectivas de crescimento, surge uma oportunidade para o país avançar na revisão regulatória e de políticas públicas estaduais, importantes para o estabelecimento de novos negócios e infraestrutura para produção e distribuição dos combustíveis renováveis. É importante investir em infraestrutura para aumentar a possibilidade de oferta de gás para todos, descentralizando e dando mais opções”, ressaltou a companhia com exclusividade à Agência CanalEnergia.
Ainda com relação aos próximos anos, a Marquise Ambiental e a MDC estudam a viabilidade de uma planta de biometano similar à GNR Fortaleza, no aterro que está sendo construído pela Marquise em Manaus, no Amazonas. “Esse projeto tem um enorme potencial de atender a demanda das indústrias instaladas na região, além de outros segmentos, como o de transporte e residencial”, disse.
Marcos da GNR Fortaleza
Ao longo dos cinco anos de existência, a GNR Fortaleza, como primeira planta de biometano das regiões Norte e Nordeste, contribuiu positivamente para o desenvolvimento do mercado de biocombustíveis no Brasil, principalmente considerando o potencial desses insumos no incentivo à transição energética. De acordo com a companhia, outro fator relevante para esse cenário está nas empresas de toda a cadeia produtiva que se mostram cada vez mais interessadas em aderir suas operações à agenda ESG e diminuir a pegada de carbono.
A GNR Fortaleza capta e trata o biogás produzido no aterro sanitário municipal ao oeste de Caucaia, região que recebe a maior parte dos resíduos sólidos gerados na grande Fortaleza. Ou seja, utiliza um passivo ambiental (o resíduo) para produzir um ativo energético de alto valor agregado. A Marquise Ambiental é a gestora desse aterro sanitário, que é conectado à usina onde o biogás é purificado para produção do biometano.
A planta é a única no país autorizada pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) a injetar biometano diretamente na rede de gás natural, respondendo por até 20% de todo gás natural comercializado pela Companhia de Gás do Ceará (Cegás), garantindo ao Estado uma das redes de distribuição mais limpas do mundo.
Com um alto índice de eficiência e operando com mais de 95% de disponibilidade, a planta produziu, desde 2018, mais de 132 milhões de metros cúbicos (m³) de biometano, o que representa mais de 306 milhões de m³ de biogás. Esse volume produzido seria suficiente, por exemplo, para suprir o consumo residencial de uma cidade inteira com 2,5 milhões de habitantes, por um ano, ou abastecer a frota brasileira de 1,6 milhões de veículos GNV, por 2 semanas. Além disso, a operação da GNR Fortaleza evita que, todos os anos, aproximadamente 610 mil toneladas de gases de efeito estufa sejam lançadas na atmosfera.
Também são destaques as emissões de créditos de carbono e dos certificados GAS-RECs. Desde 2021, foram negociados 250 mil CBIOs, por meio com o Programa RenovaBio, iniciativa do Ministério de Minas e Energia (MME) que fomenta a produção de biocombustíveis no país. Para esse, ano estão previstos, aproximadamente, mais 80mil CBIOs. Além disso, até dezembro de 2020, foram vendidos 1,1 milhão de créditos de carbono, por meio do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), da ONU.
No final de 2022, a GNR Fortaleza passou a comercializar também certificados de rastreabilidade de biometano, chamados GAS-REC, que permitem aos clientes o reporte de suas emissões de gás considerando o consumo limpo e sustentável do combustível renovável.
A planta tem capacidade de emitir cerca de 1 milhão de GAS-RECs de biometano ao ano. Recentemente, fechou contrato com Grupo Heineken, que comprou cerca de 520 mil certificados, referente à primeira emissão feita pela GNR Fortaleza, por um período de 12 meses, que ainda pode ser renovado. “Este é um produto que tem chamado a atenção do mercado e estamos com negociações avançadas em pelo menos cinco frentes para comercialização de GAS-REC’s”, concluiu.