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Responsável por aplicar R$ 325,8 milhões na área de concessão no ciclo tarifário 2018-2022, com objetivo de levar conhecimento aos 9 milhões de clientes e substituir equipamentos obsoletos por outros mais eficientes, o Programa de Eficiência Energética (PEE) da Cemig prevê agora R$ 500 milhões até 2027, sendo R$ 141 milhões para esse ano. Cerca de R$ 50 milhões já foram disponibilizados em chamada pública lançada nessa terça-feira, 6 de junho.
Dividido em seis subprogramas com foco nas Cidades, Comunidades, Hospitais, Campo, Escolas e a Chamada Pública, a área passou por um período de grandes investimentos visando a estruturação de projetos significativos em volume e porte. Assim os resultados em economia de energia chegaram a 24 GWh em 2022, o equivalente ao fornecimento para 15 mil famílias por um ano. Abaixo um quadro comparativo entre os diferentes segmentos da iniciativa nos últimos cinco anos, enviado pela empresa.
Entre 2018 e 2022, os projetos que receberam mais recursos foram os Hospitais, com R$ 60 milhões e mais de 300 unidades de saúde atendidas. Nos próximos dois anos, o total dos recursos vai possibilitar a modernização de cerca de 500 mil lâmpadas e 75 focos cirúrgicos, além de 50 autoclaves, 53 calandras e 44 secadoras, equipamentos fundamentais para a segurança dos processos de higienização de roupas e instrumentos hospitalares. Além disso, a companhia vai instalar 30 usinas solares fotovoltaicas.
Junto a Comunidades, Campo e Escolas angariaram quase 70% da verba destinada pelo PEE, somando cerca de R$ 217 milhões no período. Nas unidades de ensino foram mais de 2.700 intervenções na rede estadual com a substituição de lâmpadas ineficientes por outras mais modernas de LED, em todas as salas e demais espaços escolares, com investimentos que chegam a R$ 50 milhões. A previsão é de que todas as mais de 3,3 mil escolas estaduais mineiras sejam atendidas até o segundo semestre deste ano, sendo 800 nesse ano.
Já o Minas LED, lançado no final o ano passado e vinculado ao Cemig nas Cidades, investirá mais de R$ 100 milhões na modernização de todas as luminárias públicas e sua área de concessão. Os equipamentos substituídos, assim como os de outras frentes, são destinados a reciclagem.
Novo portfólio e outros destaques
O engenheiro de Eficiência Energética da Cemig, Thiago Batista, disse a Agência CanalEnergia que a companhia está aprovando um novo portfólio junto a diretoria e que diversas questões tem chamado atenção do time, como a continuidade do Minas LED, saindo de 250 Watts para luminárias de 150 W, além do trabalho com motores, por meio de trocas e incentivos, com a ideia de trabalhar também conjuntamente com o programa de trifaseamento da rede, que promovem rendimentos melhores.
“Também estamos olhando para a área de saneamento, que sempre apresentou potencial relevante para a área”, complementa o especialista. Ele informa ainda que a empresa está em fase final junto ao time jurídico para lançar um edital de inovação em eficiência energética, não se confundindo com o programa de P&D regulado pela Aneel e outras chamadas convencionais reguladas. A ideia é captar ideias inovadoras para implementação e resultados práticos em eficientização.
Cemig vai trocar iluminação de mais 800 escolas da rede estadual até final desse ano (Cemig Divulgação)
Outro destaque trazido por Batista é a condução de um projeto em parceria com o Corpo de Bombeiros, Polícia Civil, Militar e o Sistema Prisional do estado para troca da iluminação de mais de 1.500 edifícios, num desafio grande devido ao custo logístico pela extensão em todo território mineiro. “Compramos os equipamentos e as forças estão fazendo a logística de distribuição e instalação”, refere.
A concessionária ficará à cargo da medição de performance, descarte e prestação de contas junto à Aneel nesse primeiro projeto de parceria em larga escala, quase paritário em relação a custo e que se encontra em fase final de implementação, com a ideia da concessionária de perpetuar esse tipo de cooperação.
Quanto a ações de educação, Thiago aponta que essa atuação vem acontecendo por meio do Espaço Cemig/Sesi e com unidades itinerantes em todo estado, mas admite que ainda falta bastante para conscientização da população sobre a economia de energia por meio da eficiência energética. “Buscamos mostrar que eficiência é muito mais, com a ideia de usar energia com inteligência para ter conforto sem desperdício”.
Já os segmentos industriais e comerciais ainda são tímidos na busca da eficientização por meio do PEE, vendo a representatividade baixa desses setores nas últimas chamadas públicas lançadas pela empresa. “É um mercado que está amadurecendo e tem melhorado, mas ainda há um longo caminho a ser percorrido”, indica, referindo-se aos pequenos e médios industriários e comerciários.
Por fim, o engenheiro ressaltou o PEE como a maior política dentro do país na área e entende que a redução dos recursos do final de 2022 foi ruim para o segmento, pois sinaliza uma pouca prioridade para essa pauta. Para ele, apesar do Procel e Inmetro trabalham na normatização de equipamentos, as instituições precisam também ser mais apoiadas. “Vejo que estamos num momento não tão favorável para a eficiência energética, numa questão de agenda nas políticas públicas do país”, finaliza.