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A Paradigma Business Solutions completa 25 anos em 2023 e se prepara para o novo momento do setor elétrico nacional a partir de 2024 com a abertura do mercado livre para a alta tensão. A empresa, que entrou no setor elétrico na época do apagão do início dos anos 2000, aponta que esse novo mercado poderá alavancar as operações desse segmento que é o mais representativo em seus negócios. Hoje responde por algo próximo a 50% do faturamento. E uma projeção da companhia poderá elevar entre 10% a 15% a participação de mercado que atualmente é calculada em 25%.

As perspectivas apontadas pela presidente da empresa, Andrea Boudeville, já estavam no radar da empresa a pelo menos dois anos, o tempo que a companhia vem estudando o mercado que se abre com o avanço das comercializadoras varejistas. Esse é um dos segmentos que devem impulsionar os novos negócios da companhia. Contudo, mesmo ampliar o relacionamento com os tradicionais clientes é outra estratégia da empresa de tecnologia sediada em Florianópolis (SC).

Cláudio Wagner, head de Desenvolvimento de Negócios da Paradigma, lembra que a empresa vem sendo demandada pelos clientes de comercialização uma vez que há especificidades para o atendimento ao chamado Novo ACL. As diferenças passam desde o custo de captação de clientes que é bem diferente de comercialização tradicional de energia. É necessário escala e para alcançar isso é necessário a digitalização de processos. Até porque são cerca de 106 mil novos clientes que poderão migrar, um volume que é quase três vezes maior do que o acumulado nas últimas duas décadas do ACL.

“A principal especificidade da varejista é o custo de captação. Antes as transações poderiam ser realizadas pelo executivo de originação de clientes e que trata das demandas e prospecta. Essa figura continuará para clientes de maiores tickets. Já me disseram que ser varejista não significa que só há clientes de ticket médio pequeno, já há um movimento em que grandes consumidores estão deixando o atacadista e migrando para o varejista porque ali não precisam se preocupar com toda a burocracia de ser agente na CCEE”, relatou o executivo.

Andrea acrescenta que uma diferença entre o varejista no setor elétrico que virá com a abertura do mercado livre de energia e, por exemplo, outra utility, a de telefonia, está na universalização que a energia apresenta. Segundo ela, a questão para o ACL será a de cativar esse cliente, pois esse já é atendido. Diferentemente quando chegou a telefonia, pois as telecomunicações ainda estavam em um estágio bem atrasado. “Havia a demanda não atendida quando vimos a abertura da telefonia. Em energia esse mercado não é de demanda pois a universalização é alta, aqui a questão será a competitividade”, destaca a executiva.

Por essa razão a escala é importante para o atendimento e somente com a digitalização desse serviço é que as comercializadoras conseguirão ser competitivas. “Fazer o onboard de 100 mil clientes não pode ser um a um como era no passado do mercado livre, precisa de tração e velocidade, pois envolve análise de risco, de cadastro, entre outras variáveis que até então eram feitas individualmente”, acrescentou.

E a Paradigma contaram os executivos, está otimista com a movimentação criada pela Portaria 50 de 2022. A companhia vem conversando e vendo a chegada de empresas novas que nasceram digitalizadas para atender a esse mercado livre de varejo. Até mesmo geradores com esse perfil. Mas não deixa de citar as comercializadoras que atuam no atacado e que vêm se organizando para entrar no varejo. Inclusive está se utilizando da sua experiência em outras áreas de mais pulverização de atividade como o supply chain para trazer para dentro de sua plataforma ao setor elétrico a experiência de uma grande quantidade de transações.

Apesar de ser um grande passo a empresa diz que já olha para os próximo passo que pode ser a abertura da baixa tensão. “Abrir a alta tensão para o ACL é como se fosse o vestibular”, comparou Wagner. Ele conta que a baixa tensão representará uma nova escala nunca vista, mas que a concepção da plataforma atual é estrutural e válida para quando esse mercado todo chegar, um movimento que acontecerá algum dia, apesar de existirem desafios regulatórios e econômicos que direcionarão apenas a velocidade de transição.