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Ao falar de energia sustentável e renovável as primeiras fontes que são pensadas são as eólicas e solares, no entanto, o Biogás e o Biometano estão conquistando seu espaço, mas ainda precisam contar com uma regulação mais adequada e financiamentos à longo prazo.
A matriz brasileira é muito diversa e talvez esse seja o caminho para realizar uma transição energética com menos impacto para o mundo. O Biogás é uma parte nobre da Biomassa. O Brasil é privilegiado e conta com inúmeras matérias primas renováveis e com produtos verdes exportáveis. É preciso inovar trazendo diversidade.
O debate “Mulheres na energia: inovação sustentável no setor elétrico”, que aconteceu no Espaço Arena, novidade que o Enase 2023 trouxe nessa edição de 20 anos, foi conversado sobre o papel dessas fontes e o espaço que as mulheres vem ganhando nesse mercado.
Para Tayane Vieira, Head ESG do Grupo URCA Energia, o Biogás engloba 3 esferas importantes: 1 segurança alimentar; 2 transição energética; 3 transição mais ampla da mulher, sendo ela inserida no mercado de trabalho onde o ambiente é basicamente masculino. “É muito difícil encontrar engenheiras no interior do país trabalhando com biogás e biometano. Precisamos de mão de obra qualificada. É preciso pensar em como treinar as meninas mais novas e fazerem elas chegarem em posições de liderança, caso elas queiram.”
Segundo Regina França, Relações Institucionais da Eneva, é preciso estar atentas as conquistas das mulheres nesse ambiente. “As mulheres de energia, mulheres da regulação, tudo isso existe, mas precisa aumentar. É preciso desenvolver projetos com foco na diversidade de produção.”
Regina destacou ainda que o Atlas do Biometano é um estudo que mostra o caminho que ele deve percorrer, inclusive com a atuação das agências reguladoras. Alguns estados brasileiros já aplicaram regulação voltadas ao biometano e os investimentos nessas áreas precisam aumentar.
Outra dificuldade para expansão desse modelo de geração renovável é que a malha de gasoduto está basicamente localizada no sudeste e sul do país. “Não conseguimos chegar no interior do Amazonas, não é possível fornecer biogás e biometano para boa parte da população. É inevitável falar de expansão sem tratar a regulação”, apontou Tayane.