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A retirada de subsídios que acabam por onerar a conta dos consumidores foi apontada como prioridade por executivos do setor durante do Fórum de CEOs do Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico realizada na última quinta-feira, 22 de junho, no Rio de Janeiro (RJ). O vice-presidente de regulação da Energisa, Fernando Cezar Maia, defendeu a necessidade de uma retirada de subsídios que não se justificam mais, deixando apenas os que fazem sentido, como tarifa social e sistemas isolados. “Existem subsídios no setor que estão pesando muito e são desnecessários, temos que achar uma fórmula para reduzir e eliminar”, definiu Maia.
A necessidade de modernização das redes de distribuição, tornando-as mais inteligentes, também foi lembrada por ele. Segundo Maia, esse movimento é irreversível de maneira que seja possível lidar com os novos recursos e tecnologias. Apesar dessa inexorabilidade, o executivo do grupo que tem foco na distribuição das regiões Norte e Centro-Oeste alerta que a realidade dos consumidores de regiões mais afastadas dos grandes centros é diferentes. As queixas sobre a qualidade da energia são grandes, o que demanda grandes investimentos das concessionárias.
Ele citou o projeto na cidade de Marechal Taumaturgo, no Acre, onde foi desenvolvido um sistema sustentável para abastecer uma vila de 240 casas. O sistema é suprido por energia 98% solar e 2% de biodiesel. “Está operando há quase dois anos e teve uma única interrupção. Extremamente confiável”, avisa. A intenção é expandir a experiência para outros sistemas isolados. O executivo revelou ainda que o Grupo terá um olhar especial para o biogás após a compra da distribuidora ES Gás, no Espírito Santo.
A retirada de benesses e prol do consumidor também foi destacada pela CEO da Neoenergia, Solange Ribeiro, que acredita que a melhor forma de descarbonizar a economia é a eletrificação. Para ela, a tarifa de energia está ficando ‘inacessível’, definindo os subsídios como maior gargalo. Para ela, o desafio do setor elétrico não é ser totalmente verde, mas sim trazer outros segmentos da economia, como o de transportes e o químico, para esse movimento de descarbonização. A executiva frisou ainda o pioneirismo da Neoenergia nos green bonds, quando realizou uma da primeiras emissões.
Outro executivo que participou do painel, Wilson Ferreira Júnior, presidente da Eletrobras, que acredita que o desafio a ser vencido é o da eficiência, uma vez que o mundo moderno não vai permitir ‘puxadinhos’ de subsídios considerados por ele injustos, como os da GD, com os mais pobres sendo prejudicados.
Enquanto o painel era realizado, foi feita uma enquete eletrônica entre os participantes do Enase sobre qual deverá, em um primeiro momento, ser o principal ponto de desenvolvimento da transição energética no país. O aumento da digitalização e a aplicação das novas tecnologias aos negócios venceu, com 33%. Mas a segunda colocada, o aumento da rede de transmissão para acelerar a integração das renováveis, causou debate. O diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras, Maurício Tolmasquim, fez uma defesa dessa necessidade de expansão, lembrando que sem LTs, não haverá transição energética, enquanto Ferreira Junior, revelava a importância do Linhão Manaus- Boa Vista, que vai reduzir os dispêndios da conta de consumo de combustível.