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Da mesma forma como foi relevante para o surgimento da indústria eólica e da energia solar, o BNDES quer ser protagonista no desenvolvimento das novas renováveis, como a eólica offshore e o hidrogênio verde. “Queremos incentivar a indústria dos eletrolisadores, amônia verde, química verde, combustíveis de baixo carbono e estamos considerando políticas para isso”, disse a diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudanças Climáticas do banco, Luciana Costa, durante um evento organizado pelo CEBRI e o Institute of the Americas (IOA) nesta terça-feira, 27 de junho, no Rio de Janeiro.
A executiva defendeu como interessante a elaboração de subsídios inteligentes e focados, afirmando que a questão está sendo debatida com o governo, no sentido de onde faz mais sentido colocar os incentivos e o prazo para acabarem, citando a possibilidade de um novo Proinfa para o hidrogênio com leilões para o ano que vem, algo que o resto do mundo já está fazendo. “Já fizemos isso com a energia renovável pós apagão e fizemos isso direito”, lembra Luciana, ponderando que a descarbonização no Brasil será muito mais barata que outros países do mundo e que pode ser a primeira potência mundial em atingir a neutralidade.
Ela vê a rota da transição energética em diversas frentes, destacando a queda de 20% de investimento em infraestrutura entre 2013 e 2022, e mais de 50% na questão da mobilidade urbana, o que o banco pretende retomar nesse ano, aumentando consideravelmente os desembolsos em relação a 2022, podendo chegar a R$ 50 bilhões. O foco será maior para as áreas de saneamento, mobilidade urbana, portos, ferrovias, com os projetos de hidrogênio ficando para o ano que vem, assim como possivelmente para as fontes renováveis que irão ajudar na produção do vetor, que atualmente vivem um cenário de certo congelamento por conta dos preços de mercado e sobreoferta no sistema.
“O custo da energia para o hidrogênio verde é mais caro que os hidrocarbonetos e vamos precisar de incentivos”, destaca, citando como possibilidade subsídios para eólicas que poderão abastecer as usinas de hidrogênio no futuro. Outro ponto necessário é começar a pensar em taxas de carbono e nos produtos verdes, o que a Europa faz melhor que os Estados Unidos.
“Tivemos esse déficit de recursos em infraestrutura nos últimos anos e vamos colocar capital privado, de banco de fomento e parcerias no mercado de capital internacional”, ressalta, afirmando a necessidade das regulamentações para eólica offshore, armazenamento e hidrogênio, que devem acontecer nesse ano. “A legislação dos Estados Unidos está mais avançada que a nossa e agora temos que ter política pública, regulação e dar segurança ao investimento privado”, conclui.