Engie não deverá disputar leilão do linhão HVDC em dezembro

A Engie Brasil Energia deverá focar suas análises e participação no próximo leilão de transmissão com a tecnologia de corrente alternada. O certame de dezembro que colocará o próximo linhão HVDC em disputa no mês de dezembro não deverá atrair a empresa, apesar de ainda não terem batido o martelo sobre o tema. De acordo com o presidente da empresa, Eduardo Sattamini, a empresa tem capacidade de endividamento para continuar os certames de transmissão.

“A tecnologia de corrente contínua é diferente, temos que analisar com mais cuidado pois é basicamente um leilão de fornecedores porque são poucos. Temos que ter mais cuidado, mas certamente o leilão do ano que vem, com as linhas tradicionais de corrente alternada estaremos sim dentro”, afirmou ele após o leilão de transmissão desta sexta-feira 30 de junho.

A empresa teve uma participação ativa nos nove lotes que foram licitados, levou um deles o de número 5 com um deságio de 42,8% e esteve próximo de outros em que ficou em segundo lugar na disputa. Apesar desse resultado, o executivo destacou que a empresa tem disciplina financeira, que vai até o seu limite sem comprometer o retorno aos acionistas.

Sobre o certame desta sexta, Sattamini destacou que o setor está voltando com qualidade técnica e isso e bom para os próximos certames. Descartou os extremos vistos que segundo ele, não são bons para o mercado.

Esses deságios, disse o presidente da EBE, foram classificados como normais, ficando na faixa de 45% a 50%. Isso porque muitas empresas estão olhando para a estabilização da inflação no país, a curva de juros futuros está recuando e muitos empresas podem ter aplicado essa perspectiva em suas análises ao invés de utilizar o atual nível da Selic, em 13,75% ao ano.

E ele afirmou ainda que vê de forma positiva a postergação dos próximos leilões, defendeu a perenidade dos leilões de forma mais equilibrada ao longo dos anos e não apenas por períodos específicos, pois causa perda de recursos ao passo que empresas e pessoal saem do setor com a instabilidade no volume de obras.