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Com suas primeiras usinas próximas de completar 20 anos, a possibilidade de descomissionamento de eólicas deve ser um tema a entrar na pauta do setor nos próximos anos. Durante o BWP Warm Up: Eólico Onshore: Caminhos para Ampliar o Potencial de Geração, realizado de forma digital nesta terça-feira, 25 de julho, o assunto foi abordado por Rafael Valverde, diretor-executivo da Eolus Consultoria, que revelou que há a discussão na ABEEólica sobre o assunto. De acordo com ele, o descomissionamento ou a repotenciação de parques é algo complexo, que demandará capacitação, desenvolvimento tecnológico e contratação de serviço. “É um desafio maior até do que montar o projeto”, avisa.

Ele lembra que se a montagem demanda desafios, o processo contrário seria igualmente desafiador, por envolver os mesmos itens, com transporte de equipamentos. “Embora não seja um desafio de curto prazo, é algo que já está mapeado pelas empresas e teria uma importância grande”, observa. Para a Gerente de Assuntos Regulatórios da AES Brasil, Francine Martins Pisni, o Brasil deve observar como foi essa experiência dos outros países nesses processos de repotenciação e desativação dos parques para adaptá-la ao Brasil. “Não é copiar, mas aproveitar a experiência, para que a gente não cometa os mesmos erros, aprender com o que já está posto”, comenta.

Sobre a regulação, a gerente da AES Brasil lembrou ainda que ao longo dos anos, as rápidas inovações tecnológicas da fonte sempre chegaram à frente da regulação, o que que fez com que a busca pelo dinamismo sempre fosse um desafio. Segundo ela, hoje o momento é parecido e a procura pelo dinamismo permanece. Com a lentidão na decisão, soluções de essência liberal poderiam auxiliar no aprimoramento da regulação e desenvolvimento dos projetos “Avançar com as discussões e permitir com que sejam implementadas algumas melhorias de processo vão caminhar muito para que eólica onshore possa ter um caminho mias a suave na implantação dos seus projetos”, observa.

Lembrando que o momento atual do setor é de revisão, Valverde salienta que não se pode olhar para os problemas do passado e pensar que as medidas daquele momento podem ser usadas hoje, porque o setor evoluiu e tem novos desafios. “Olhar para todo os stakeholders associados ao desenvolvimento, implantação e operação do projeto é o principal desafio que os reguladores terão que se envolver”, avisa.

Considerada um dos principais gargalos para as eólicas, a transmissão tem impactos em várias esferas. Segundo Francine Pisni, a falta de margem impede a implantação de projetos que poderiam ser mais competitivos e eficientes. A perspectiva de curto prazo nos locais de ventos mais destacados não é atrativa. Por outro lado, a sinalização de leilões de LTs para a expansão é boa, mas demandará tempo. “Para determinadas regiões, falamos de escoamento só para 2027 ou 2028 com alguma folga”, pontua. Ainda segundo ela, a limitação na transmissão não traz apenas o gargalo da expansão. mas também – em especial no Nordeste – as restrições na geração, o chamado ‘costrained off’.

O engajamento das comunidades, uma das marcas da eólica no Brasil, também foi citado no BWP Warm Up. Para Valverde, essa relação hoje mudou e as comunidades integram os parques de modo vivo, que não são mais formados apenas pelo ativo. O parque eólico hoje tem o agente local que é impactado, mas que pode contribuir para o desenvolvimento. Contratação de mão de obra visando rotas de mercado e interlocução com poder público são alguns dos benefícios. “Atuar de maneira responsável junto ao território mostrando as oportunidades temporárias e as perenes, porque seremos vizinhos por pelo menos 20 anos”, ponta.