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A redução da inflação nos Estados Unidos e a valorização do real em relação ao dólar devem impactar o valor do Preço de Liquidação das Diferenças Mínimo (PLDMin) de 2024. Simulação realizada pela Ampere Consultoria mostra que nas atuais condições o valor poderia diminuir dos R$ 69,04 por MWh estabelecidos para este ano para R$ 62,63/MWh no ano que vem.

“Essa tendência deve ser levada em conta nas análises de risco dos agentes do setor, tendo em vista em particular o atual momento de reservatórios cheios e a manutenção do preço no mínimo regulatório”, avalia o consultor da Ampere responsável pelo estudo, Guilherme Ramalho de Oliveira, acrescentando que as perspectivas são de que a inflação americana permaneça em níveis relativamente baixos nos próximos meses e que a taxa de câmbio não tenha sobressaltos significativos.

Os cálculos foram feitos com base na metodologia vigente adotada pela Aneel para a definição do preço e visam contribuir com os debates sobre as tendências para o setor elétrico. A expectativa da consultoria é de que a metodologia seja alvo discussões promovidas pelo regulador ainda neste ano. Todavia, dados os impactos financeiros que poderiam incorrer aos agentes em decorrência da aplicação de uma mudança relevante no cenário atual, a análise de é que as eventuais modificações tenham efeitos apenas a partir de 2025.

A simulação foi baseada na Tarifa de Otimização de Itaipu (TEO-Itaipu), que historicamente tem sido mais elevada que a TEO das outras usinas e, consequentemente, a usada para o estabelecimento do indicador. Essa tarifa é definida considerando a fórmula da multiplicação do custo variável incorrido por Itaipu na produção da energia entregue ao Brasil e a média geométrica da taxa de câmbio do dólar americano em relação ao real.

Para os cálculos foram adotadas como premissas uma taxa média de câmbio de R$ 5,00 por dólar no ano de 2023 e que a inflação média dos EUA fique em 3,8% entre agosto de 2022 e julho de 2023 contra os 14,6% usados no cálculo do PLDMin deste ano.

Outra incerteza da simulação diz respeito ao volume de energia cedido pelo Paraguai. A Ampere considerou o mesmo porcentual aplicado na definição do preço deste ano, de 37,14%. O valor definitivo deve ser apresentado pela Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (Enbpar) apenas em novembro e tem entre suas incógnitas o montante previsto de geração de energia da binacional no ano seguinte.

Por fim, as renegociações sobre o tratado da usina de Itaipu (que deveriam ser iniciadas neste ano) também poderiam influenciar nos cálculos. No entanto, não são esperadas evoluções sobre este tema em tempo hábil para influenciar o PLD mínimo de 2024.