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A Go Electric, empresa brasileira que atua no campo da eletromobilidade, inaugura no dia 5 de agosto seu primeiro hub de recargas ultrarrápidas para veículos elétricos, com dez conectores de carregamento, no km 237 da rodovia Anhanguera, no estado de São Paulo, no sentido capital. O serviço será cobrado por meio de um aplicativo ao custo de R$ 2,10 por kWh consumido.
Essa é a primeira fase do projeto da companhia, que investiu R$ 2 milhões e prevê aumentar a capacidade de alimentação dos carregadores por meio da fonte solar com telhado no estacionamento do local onde funcionará. É um posto de serviços e de combustíveis líquidos, da marca Ipiranga no município de Santa Rita do Passa Quatro que possui diversas comodidades aos consumidores enquanto esperam pelo carregamento de seus veículos.
De acordo com Danilo Guastapaglia, CEO da Go Electric, o local foi justamente escolhido porque havia a necessidade de oferecer essas comodidades aos consumidores nesse período que aguarda o período de carregamento. Ali também é um ponto médio entre a capital e diversas regiões do estado, por isso, nesse momento em que o mercado ainda está em fase inicial, é estratégico.
“São Paulo é o maior mercado onde se tem veículos elétricos ou híbridos e estar a cerca de 240 km da capital representa uma localização que traz a possibilidade de viagem entre o interior e a capital”, explicou ele. No futuro, diz, poderão existir novos hubs como este em diferentes regiões do estado, ao passo que as vendas de VE ou híbridos aumente, assim como a demanda nas estradas.
Guastapaglia usa como exemplo uma experiência que teve na Alemanha onde percorreu 5 mil km pelas estradas daquele país e parou em 35 estações de carregamento para configurar o serviço aqui, mas que por lá havia uma rede muito ampla devido ao grande volume de veículos elétricos ou híbridos em rodam pelo país. Entre as melhorias que vê como oportunidade em comparação ao país europeu está a padronização do aplicativo pelo qual comercializa a energia e sua interoperabilidade entre os diversos sistemas operacionais de celulares. E lembra ainda que em termos de proporção, o Brasil está com um número de estações de carregamento em um nível parecido com outros países, a questão é o número de unidades que estão em circulação, que ainda é pequeno.
Em entrevista à Agência CanalEnergia, o executivo comentou que a empresa já atua no mercado de eletromobilidade há três anos. Com a expansão desse segmento conta com mais de 500 clientes entre residências e empresas. Agora é um novo passo, investir em um eletroposto para viabilizar o carregamento ultrarrápido em estradas que ainda é difícil de encontrar por aqui.
“Esse é um passo muito importante para a nossa estratégia de negócios. Pretendemos com isso atrair investidores para a ampliação dessa modalidade de carregamento que atende a veículos com diferentes padrões de conexão, como o europeu, chinês e o japonês, bem como os híbridos”, elencou.
Por enquanto, a meta é de expandir a rede no Estado e em alguns estados do Sul e Sudeste, principalmente, mas não descarta a chegada a outras regiões, até porque esse mercado vem sendo ampliado com novas fábricas. Uma delas é a BYD que recentemente anunciou o investimento para a aquisição da planta da Ford na cidade de Camaçari (BA).
De acordo com estudos do setor, a eletromobilidade é uma realidade em todo o mundo e no Brasil a expectativa é que, entre 5 e 10 anos, os carros elétricos representem entre 30% e 50% dos modelos vendidos no país. Dados da Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE) estimam que cerca de 3.500 eletropostos públicos e semipúblicos no Brasil já foram instalados em regiões urbanas e em rodovias.
O hub de recargas da Go Electric, que entra em funcionamento em agosto, tem potência total de 524 KW, no qual estão acoplados dez conectores para carregamento ultrarrápido simultâneo. Das pistolas, seis são de até 120 KW CCS2 DC (para modelos de veículos que utilizam o standard europeu), uma de até 120 KW GB/ T DC (para os standard chinês, como os JAC), uma de até 120 KW Chademo DC (standard japonês, como Nissan) e duas pistolas de 22 KW AC tipo 2 (para todos os modelos de veículos híbridos e 100% elétricos). Os equipamentos são importados com tecnologia Global e a Go Electric é a responsável técnica no Brasil. O carregamento pode ser agendado previamente para evitar esperas mais longas. A energia é originada de um telhado solar das estações mas também da concessionária de distribuição da região.
Além da instalação das máquinas (hardware de recarga e projetos de infraestrutura), a Go Electric também atua na gestão do software, ou seja, além da comercialização do equipamento e de dimensionar a demanda, a empresa faz a implantação, gestão e manutenção do sistema. Outra característica é a possibilidade de conectividade entre aplicativos. O consumidor poderá pagar pelo seu consumo via aplicativo Go Electric ou qualquer outro que se conecte aos equipamentos através do processo de Interoperabilidade da Plataforma de Gestão, ponto classificado como crucial para a comodidade de utilização do usuário. “Em um futuro próximo, todas as estações de recargas de uso público devem ser interconectadas com diferentes aplicativos”, prevê Guastapaglia.