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A informação de que Angra 3 ficará fora do novo Programa de Aceleração do Crescimento que o governo vai anunciar na próxima sexta-feira, 11 de agosto, deixou o setor nuclear preocupado. Mesmo que a retomada da usina não seja interrompida, ela deixa de ser prioridade entre as obras estratégicas.

A estimativa é de que serão necessários em torno de R$ 20 bilhões para concluir o empreendimento, que ficou paralisado nos últimos sete anos. Angra 3 terá 1.405 MW de potência instalada e já recebeu quase 8 bilhões em investimentos. Em caso de desmobilização, teria que arcar com custo financeiro também bilionário, com a antecipação do vencimento de dívidas e execução de garantias.

Para o presidente da Associação Brasileira de Energia Nuclear (Aben), John Forman, a não inclusão no PAC é uma questão pontual. A continuação das obras envolveu um sistema de financiamento que é independente do orçamento da União.

Mas há quem defenda a desmobilização do empreendimento, o que afetaria não apenas a Eletronuclear, responsável pelo complexo de Angra, mas levaria também à falência a Industrias Nucleares do Brasil e impactaria o próprio programa do submarino nuclear brasileiro, que é executado pela Marinha. E afetaria ainda a Eletrobras, que é garantidora do financiamento para a construção da usina com o BNDES e a Caixa Econômica Federal.

Um dos argumentos usados pelos críticos  do projeto é de que o preço da energia da usina é muito caro. “Se você tirar da tarifa os encargos relativos às interrupções da obra, cai esse argumento,” afirma o executivo.

O preço do MW de Angra 3 é alto, em termos absolutos, porque inclui os custos associados às paralisações e atrasos do passado. Segundo a Aben, o custo de implantação do empreendimento aumenta em torno de R$ 100 milhões, a maior parte em despesas financeiras, para cada mês adicional ao cronograma de início da operação comercial, e o expurgo desses custos do cálculo reduziria significativamente a tarifa para o consumidor.

O executivo defende a papel da fonte nuclear no suprimento de energia elétrica para o país, compensando as oscilações de fontes variáveis como eólica e solar. Além de Angra, há uma possibilidade mais barata de investimento futuro em novas plantas, por meio de pequenos reatores modulares (SMR) de até 30 MW de potência. Hoje, no mundo, existe talvez uns 80 projetos de construção de usinas usando os SMR, segundo Forman.