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A Thymos Energia completou 10 anos em 2023 e espera chegar ao final de 2025 como um grupo de quatro empresas. A própria consultoria, a já lançada Nottus, no campo da meteorologia, e mais duas que estão em gestação, uma delas inclusive pode ser lançada daqui a seis meses e outra em até 18 meses.

A empresa não revela detalhes, mas diz que a meta é a de diversificar negócios e isso na área relacionada à energia. O foco de atuação não foi revelado, mas um segmento é descartado pelo CEO e fundador da empresa, João Carlos Mello, “não será em comercialização, não entraremos em venda de energia”, disse ele em entrevista à Agência CanalEnergia.

Esses novos caminhos que a companhia busca trilhar, acrescenta o sócio Alexandre Viana, tem relação com a base da fundação da consultoria. Ele lembra que a Thymos surgiu em um contexto no qual o setor elétrico começava a descentralizar e modernizar a geração de energia com a chegada da fonte eólica de forma definitiva ao país, ainda em leilões, mas onde as usinas eram de menor porte e os grandes empreendimentos começaram a ficar mais raros.

“Entendemos que com o avanço da transição energética é necessário que olhemos para a diversificação de negócios, contudo, em campos que tem a ver com a nossa atuação”, comentou ele.

Investimento em tecnologia é fundamental para atuar no setor de energia no futuro com sua descentralização.
João Mello, da Thymos Energia

A Thymos considera esse avanço em um timing adequado uma vez que cada vez mais terá um mercado amplo. Inclusive, a empresa nova atuará em um campo em que a demanda está começando a surgir. A perspectiva é de que em dois anos haja um grande mercado, justamente quando a companhia espera já estar com a operação em planejamento pronta para atender esses clientes.

“Temos uma perspectiva boa e esses anos todos de crescimento da empresa reforçam isso, pois atuamos em um nicho específico em que outras consultorias não atuam”, disse Mello.

Segundo dados da empresa, fechou o primeiro semestre de 2023 com um crescimento de 41% no braço de consultoria. Em relação à gestão de energia, a empresa calcula expansão de 65% no primeiro semestre. Nessa área, aponta que seus clientes economizam até 30% comprando energia no mercado livre com a gestão da Thymos, além de descarbonizarem seus processos produtivos. E aponta que ajudou a viabilizar a contratação de 1,4 GW médios em fontes renováveis.

Nos últimos cinco anos, continua, a companhia participou de mais de 70 transações relevantes no setor elétrico brasileiro, tais como autoprodução, PPAs, participação em leilões e privatizações.

A previsão agora é a de dobrar o número de projetos nos próximos cinco anos, baseando-se na modernização em curso do setor de energia e no reaquecimento do mercado.

E esse futuro próximo tem base nessa diversificação na qual a companhia vem trabalhando. Segundo Viana, de forma bem ‘pé no chão’, olhando para a lucratividade e retorno do investimento que está sendo feito. Em cinco anos, a empresa dobrou o número de colaboradores e a tendência é a de continuar a expansão ao passo que o processo de transição energética no país avança e as empresas vão demandar ações nesse campo.

Em até 18 meses teremos no total 4 empresas sob a Thymos, a diversificação é importante ao passo que o processo de transição energética avança.
Alexandre Viana, da Thymos Energia

Inclusive, nesse campo, a consultoria desenvolveu uma metodologia própria para calcular a quantidade de CO2 evitados por meio da opção por energia renovável dos consumidores da carteira da Thymos Energia. Já foram 62 clientes certificados, que contribuíram para evitar mais de 121 mil toneladas equivalentes de CO2 na atmosfera.

“Mercado é promissor e que terá a demanda de serviços de todos os tipos com o processo de transição energética”, aposta Viana, que chegou à empresa há pouco mais de quatro anos.

Mello, que ocupa também o cargo de presidente do Cigré Brasil, destaca que a perspectiva é de atuar em um mercado mais pulverizado, mas atuando como o consolidador de operações menores. “Estamos investindo em tecnologia, pois quem não tiver dificilmente conseguirá crescer no futuro”, definiu ele ao citar um P&D da Aneel em que a meta é desenvolver solução para agregação da medição e sua interação com a CCEE. “Isso ganhará mais importância ainda quando o mercado abrir a toda a baixa tensão, quando tivermos milhões de consumidores no ACL”, apontou.