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A Luz, empresa do grupo Delta Energia, aumentou seu alcance e será o braço de negociação de energia para o mercado livre de energia de menor porte. A empresa, que completa em novembro seu primeiro ano de operação, passa a atuar como a varejista da Delta no processo de abertura da média e alta tensão que passa a valer a partir de janeiro de 2024.
Como há a regra de que um consumidor precisa de seis meses para migrar ao ACL, esse movimento vem acontecendo já. A empresa afirma que está em negociação de contratos com esses potenciais novos consumidores livres. E a meta é ousada, a companhia quer abocanhar 15% de participação que é calculada em 72 mil novos consumidores nessa faixa de elegibilidade, de acordo com números que a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica apresentou na 20ª edição do Enase, realizado em junho, no Rio de Janeiro.
De acordo com o CEO da Luz, Rafael Maia, no foco estão negócios como fábricas, escritórios, açougues, padarias, entre outros estabelecimentos industriais e comerciais, de uma forma geral. Em sua avaliação, o desconto é o primeiro atrativo para estes pequenos e médios empresários.
“Atuarmos no varejo já fazia parte da estratégia da Delta quando a Luz foi lançada há um ano. Esse projeto está em processo dentro da Delta há 5 anos e começou a tomar forma em 2021 até entrar em operação em novembro de 2022 em geração distribuída”, contou ele. “Para atuar nesse mercado é necessário ainda a comunicação para que os clientes tenham o conhecimento sobre o mercado livre, mas a operação tem que ser digital para ser rentável”, acrescentou.
Ele disse que está otimista com a resposta vinda do mercado ante as perspectivas. O volume de 15% do mercado tem como base a experiência internacional, mas acredita que a velocidade de adesão pode ser mais acelerada por aqui, por isso essa participação é esperada para o final do ano que vem.
“O Pix mostra que se a experiência é positiva, o consumidor brasileiro reage rapidamente”, definiu. Por ser parte do grupo, a energia comercializada tem como origem a própria Delta Energia.
O vice presidente Institucional e Regulatório do Grupo Delta Energia, Luiz Fernando Leone Vianna, destacou que atuar em GD no início trouxe conhecimento sobre o ambiente de negociação junto aos consumidores na baixa tensão. Essa etapa, contou ele, é uma passagem para quando chegar à abertura da baixa tensão que ainda não tem data.
“Estamos nos preparando para isso, investimos muito tempo e até adquirimos empresa de tecnologia para isso. Atuar nesse mercado tem que ser baseado em um tripé, além da tecnologia, tem o marketing com um approach mais massificado e ainda tem a questão das pessoas que atuam”, comentou ele.
Inclusive lembra que esse volume de pessoal na Luz, que hoje é de cerca de 40 pessoas deverá aumentar ao passo que o mercado avança pois precisa ser escalável.
Segundo ele, o Brasil está perto de assistir a uma revolução no setor elétrico como foi com os mercados de telefonia, internet e TV por assinatura. A estimativa é de migração de 40% dos cerca de 89 milhões de consumidores do País para o mercado livre a partir da abertura total do setor de energia prevista para ocorrer em 2028.